As mulheres e a ação sindical
Na semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, vale a pena destacar aspectos revelados por pesquisa sobre o perfil dos delegados e delegadas que participaram do 9º Congresso Nacional da CUT, realizado em junho de 2006. Os dados estão intimamente relacionados à luta pela igualdade nas relações de gênero.
Uma constatação é que o número de delegadas com curso superior e pós-graduação é superior ao de delegados, enquanto que as remunerações mais elevadas (acima de 5 salários mínimos) demonstram que os delegados recebem melhores salários.
Vemos aqui a reprodução da realidade do mundo do trabalho onde as mulheres, apesar de apresentaram escolaridade mais elevada, estão em postos de trabalho menos valorizados socialmente e com menor remuneração.
Outro dado da pesquisa retrata que 73,4% dos delegados são casados e com união estável, enquanto que 61,1% das delegadas são solteiras, divorciadas ou viúvas, o que demonstra que as mulheres têm dificuldades para conciliar sua vida familiar e a atividade sindical.
Assim, podemos verificar que mesmo nos espaços onde se debate e se organiza a luta dos trabalhadores, ainda vemos acontecer o que historicamente a sociedade sempre reproduziu, ou seja, a desigualdade nas relações de gênero.
Manifestações, festas e debates estão previstos para o 8 de Março. No entanto, é preciso que façamos do Dia Internacional da Mulher um dia de reflexão, pois apesar de termos assistido a significativos avanços, ainda são muitos os obstáculos que impedem a valorização da participação feminina como agentes políticos nos sindicatos, empresas e governos.
Parabéns às mulheres e aos homens que buscam na igualdade de direitos a construção de uma sociedade igualitária.
Departamento de Formação