As propostas de Marinho: “Vou colaborar com o país”

Ao tomar posse na última sexta-feira, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou metas como a geração de mais de 100 mil empregos por mês até o final do governo. “Esse objetivo é uma necessidade”, disse. Marinho também garantiu que vai fazer de tudo para que a reforma sindical seja votada pelo Congresso Nacional e anunciou sua primeira medida, que é  iniciar os trabalhos da comissão permanente de valorização do mínimo.

Como é sair da CUT e ir para o Ministério?
É uma transição. Evidente que o que defendi na CUT está muito presente na minha cabeça e continuarei trabalhando com reivindicações como política de valorização do salário mínimo, redução da jornada e outras.

Existem questões que são tratadas por outros Ministérios, como a correção da tabela do Imposto de Renda, mas vou interagir de forma a ajudar a construir uma visão no governo que possa responder a essas expectativas.

E como é assumir em meio a denúncias de corrupção?
Amigos me dizem que fui corajoso de assumir o Ministério nessa situação. Não estou só assumindo o Ministério.

Estou abrindo mão de ser candidato a deputado no ano que vem. Assumo o chamado do presidente para colaborar com o momento que o País está vivendo. É com a missão de colaborar com o governo que fui para o Ministério do Trabalho.

Você assume num momento de recomposição da base política do governo, junto com políticos ligados ao PMDB. Como avalia essa recomposição?
É uma recomposição necessária para garantir a governabilidade, continuar caminhando com os projetos de interesse não somente do governo, mas de interesse da sociedade.

Mesmo com as CPIs, eu espero que todos os projetos caminhem rapidamente no Congresso
 
Como encaminhar a proposta de redução da jornada de trabalho?
Pela negociação. Vou propor ao presidente Lula que a gente faça esse debate, que o governo assuma o papel de liderança nesse processo de diálogo no Congresso Nacional e de negociação com o empresariado e as centrais sindicais.

E a da proposta da reforma sindical?
Esse é um assunto de prioridade no Ministério. Vamos conversar com o Congresso pra ver, mesmo com o andamento das CPIs, se nós conseguimos começar a tramitação da reforma sindical.

Na CUT você fazia algumas críticas à política econômica. Como fica sua posição?
Muito tranquila. Mudarei o lugar de discuti-la. Ao invés de discutir publicamente, vou discutir internamente no governo. O próprio presidente Lula pensa incluir outros itens para controlar a inflação que não somente a taxa de juros. Eu acredito que no segundo semestre haverá redução gradativa dos juros e faremos um semestre aquecido. Poderemos ter uma expectativa muito boa para geração de emprego.

Como será o diálogo com o ministro Palocci já que há teses conflitantes?
O conflito e as diferenças de idéias são naturais na medida que se têm várias visões que incorporam o governo.

Tenho certeza que nós poderemos travar boas discussões e conseguir bons entendimentos.

Como será a política de valorização permanente do salário mínimo?
Eu pretendo instalar em 15 dias a comissão de estudo de valorização do mínimo, que será formada por integrantes do governo e das centrais sindicais.

Essa comissão foi aprovada, mas ainda não está em funcionamento. Vamos discutir com a Casa Civil e demais ministérios envolvidos.

Foi um compromisso assumido pelo governo depois da marcha do movimento sindical, feita em dezembro, pela discussão do salário mínimo antes da aprovação orçamentária.

E qual é a sua proposta para essa política?
Por meio da pressão do movimento sindical nós conseguimos levar o debate para a época da aprovação do orçamento.

Com isso, conseguimos ainda em 2004 a definição de que o salário mínimo de 2005