As relações de trabalho na Suécia

Nos países onde a democracia foi consolidada, os trabalhadores conquistaram direitos fundamentais de liberdade e autonomia sindical, de organização no local de trabalho e de contratação coletiva. Essas conquistas foram o resultado de dois processos que se influenciaram mutuamente: de um lado, as lutas operárias desenvolvidas em cada país e, a partir delas, a ampliação progressiva de direitos no campo social e trabalhista; de outro lado, o processo de regulação internacional, criando regras de convivência democrática entre as nações.

Abordaremos na edição de hoje o primeiro desses movimentos, focando o caso sueco. Nele identificamos uma longa trajetória de lutas que remonta ao final do século 19. A primeira organização de trabalhadores no país foi criada em 1884. Em 1905, oito mil metalúrgicos fizeram uma greve de seis meses, que resultou no primeiro contrato coletivo assinado pela categoria. Apesar de lutas expressivas, como a greve geral de 1945 , que mobilizou 123 mil metalúrgicos, pouco se avançou na regulação das relações de trabalho nesse período.

Esse quadro mudou a partir dos anos 50, fase de consolidação do Estado de Bem Estar Social e que teve um marco expressivo nos anos 70, quando a coalisão socialdemocrata no poder aprovou um amplo processo de regulação, criando de uma extensiva legislação de proteção ao trabalho.

O processo de regulação das relações de trabalho que se consolidou a partir desta época tem por base o tripé – liberdade de organização, direito de organização no local e trabalho e contratação coletiva – conferindo aos sindicatos a e aos trabalhadores um significativo poder de influência na regulação das relações de trabalho no interior das empresas e no âmbito dos setores/ ramos produtivos.

Departamento de Formação