Assembléia eleva a temperatura

Assembléia de domingo mostra mobilização da categoria e faz montadoras retornarem à mesa de negociação. Grupo 3 enrola mais uma vez. Avisos de greve são entregues a esses dois setores e à fundição.

Semana é decisiva!
Depois da assembléia
de domingo as montadoras
decidiram retornar à mesa
de negociação. O encontro
acontece hoje.

Ontem, elas receberam
o aviso de greve com prazo
de 48 horas, o que significa
que amanhã a luta vai esquentar.

O grupo 3 (autopeças,
forjarias e parafusos) também
recebeu o aviso de greve
ontem, dia de uma outra
negociação frustrada.

A conversa girou apenas
sobre o programa de
formação.

Nada de números de
aumento.
Nada de valorização
do piso.

A fundição, setor no
qual as negociações mal
aconteceram, foi outro setor
que teve o aviso de greve
protocolado pela Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT (FEM-CUT).

Categoria dita temperatura da campanha


O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, avalia a
assembléia de domingo e afirma que é a mobilização dos
metalúrgicos que vai determinar o resultado da campanha.


Qual sua avaliação
da assembléia de domingo?

Foi importante porque
a realizamos num momento
duro das negociações. Foi
também representativa e
deu resultado porque levou
as montadoras de volta à
mesa de negociação. Mas, é
necessário trazer mais companheiros
e companheiras
e mostrar aos patrões
que queremos um acordo
decente, que valorize os
salários e as condições de
trabalho.


Mas o pessoal nas fábricas
deve dar o recado
também…

É claro! Não podemos
contar apenas com as assembléias
no Sindicato para
fazer a campanha. É do
chão da fábrica que a gente
cria o clima de luta.

Os patrões percebem
a expectativa dos trabalhadores
e isso ecoa na mesa
de negociação, dá respaldo
à nossa bancada negociadora.


O que o
Sindicato propõe?

O aviso de
greve foi protocolado
ontem
com 48 horas de
prazo. Isto significa
que amanhã
a gente pode
começar o dia
com os atos de pressão,
protestos e paradas. Se os
setores achavam que poderiam
resolver a campanha
sem barulho, deveriam ter
apresentado propostas até
a semana passada.


Como você viu a falta
de propostas nos dois
maiores setores da categoria,
diante da produção
em alta?

Alertei no início da
campanha que, mesmo com
os excepcionais números de
produção, a campanha
não seria
fácil. Pesa muito
nas negociações
as diferenças regionais
dentro da
própria categoria
no Brasil. Toda
vez que a gente
fala num número
ou num avanço
social, os patrões apontam
para outros locais, onde o
custo de produção é mais
baixo por causa dos salários
e benefícios menores. Daí,
a importância das campanhas
nacionais. Depois, os
patrões não abrem a mão
tão facilmente. Só vão ceder
quando sentirem firmeza
em nossa mobilização.


Quando a categoria
poderá ver o desfecho da
campanha?

Vai depender de cada
metalúrgico. Todos devem
se incorporar à campanha
e ter a mobilização como
prioridade nos próximos
dias. Se o clima nas fábricas
for bom, acredito que
poderemos voltar à mesa de
negociação e debater propostas
mais consequentes
com as montadoras, autopeças
e fundição e avançar
nos grupos 2 e 8, que já
apresentaram um número
de aumento real acima da
média dos aumentos reais
conquistados pelas categorias
no primeiro semestre.

Mercado de veículos segue aquecido

As vendas de veículos
continuaram aquecidas em
agosto. Até quinta-feira
passada foram emplacados
213,9 mil unidades, aumento de 13,6% em relação a
agosto do ano passado.

Já o total acumulado
desde o início do ano soma
28,3% de crescimento na
comparação com igual período
do ano passado, com
a venda de 1,909 milhão de
veículos. Ou seja, 421 mil
unidades a mais.

A Fiat continua na liderança
do mercado. Depois
vem Volkswagen em segundo,
a GM em terceiro, seguida
por Ford e Renault.