Assembleia Geral decide hoje na Regional Diadema rumos da Campanha Salarial 2025
Categoria se reúne às 18h para definir próximos passos da luta, após mobilizações em dez fábricas da base ontem

Hoje, às 18h, na Regional Diadema, a categoria tem um compromisso decisivo: a Assembleia Geral da Campanha Salarial 2025. Será a hora de avaliar se os patrões apresentaram uma proposta à altura das reivindicações ou, caso contrário, definir coletivamente os próximos passos da luta. O processo envolve não apenas a base do ABC, com 52 mil metalúrgicos e metalúrgicas, mas também os demais sindicatos filiados à FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos), que juntos representam 190 mil trabalhadores e trabalhadoras em todo o estado.
Ontem, a mobilização voltou a agitar a base. Foram realizadas assembleias em dez fábricas: no corredor de Diadema – Apis Delta, Delga, Metalpart, Brasmeck e Legas; além da Isringhausen e Udinese Papaiz. Em Ribeirão Pires, a luta se fortaleceu na Ouro Fino e Aperam; e em São Bernardo, na ZF.

Para o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, este é o momento central do calendário de lutas. “O Sindicato não fabrica carros nem peças, o Sindicato fabrica política, fabrica organização para defender a classe trabalhadora. Setembro é o coração da nossa luta com a data-base em 1° de setembro: é quando discutimos a Convenção Coletiva, os nossos direitos e o reajuste dos salários”.
“E todo ano é a mesma história: o patronal chega com desculpas. Agora, inventaram até usar o Trump como justificativa. Mas a verdade é que o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] corroeu o salário, a economia está crescendo e os patrões estão lucrando como nunca. Quem produz a riqueza não são eles, somos nós, trabalhadores e trabalhadoras. Por isso é justo que a gente garanta a nossa parte”.
Diante desse cenário, o chamado está dado: hoje, às 18h, cada trabalhador e trabalhadora deve estar na Regional Diadema. A assembleia será o espaço de decisão coletiva, se houver proposta decente, será avaliada. Se não houver, a resposta precisa ser firme. Como reforçou Moisés: “Se o patrão não respeitar, a nossa resposta tem que ser firme. Direito não se pede, se conquista. E é com a categoria unida que vamos arrancar o que é nosso por direito”.

“O momento é de pressão nas fábricas para que o recado chegue às bancadas patronais. A expectativa é de que, finalmente, os patrões apresentem uma proposta à altura dos anseios da categoria. Se não acontecer, estaremos prontos para aprovar o aviso de greve e seguir firmes na luta”, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, coordenador da Regional Diadema

“Na ZF temos um histórico de lutas e conquistas com organização e união. Tenho certeza de que faremos mais uma campanha vitoriosa porque ali não falta disposição de luta. Os trabalhadores e trabalhadoras reconhecem a importância do Sindicato e da organização para avançar nas pautas da Campanha Salarial”, Jonas Brito, coordenador de São Bernardo

“Convidamos toda a categoria para estar presente nesta quinta-feira, dia 28, na Assembleia Geral da Campanha Salarial, na Regional Diadema. É hora de irmos para cima, juntos, para garantir nossos direitos e conquistas.”, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

“Campanha Salarial não vem de graça nem é obrigação do governo: exige mobilização e união. Por isso, convocamos todos e todas à Assembleia Geral. E, neste Agosto Lilás, reforçamos a luta contra a violência às mulheres, para construir uma sociedade mais justa e, quem sabe, erradicar esse mal”, Andrea de Sousa, a Nega, diretora executiva do Sindicato

“As empresas alegam que o tarifaço está atrapalhando a produção, mas passaram os últimos 12 meses faturando, acumulando riquezas geradas pelos trabalhadores. Agora, quando a categoria precisa da reposição salarial e do aumento real, se negam a discutir o assunto e a atender nossas reivindicações”, Josivan Nunes do Vale, o Cachoeira, CSE na Isringhausen

“Chegou a hora de dar a resposta às bancadas patronais, que passaram o último ano contratando e aumentando seus lucros e, agora que precisam atender nossas reivindicações, choram como se vivêssemos em cenário de terra arrasada. Faremos a luta que for necessária para conquistar o acordo”, João Paulo Oliveira dos Santos, coordenador de área

“Este ano a cobrança dos trabalhadores veio acompanhada também de uma preocupação em relação à taxação do Trump porque todos sabem que o patronal sempre arruma um motivo para chorar. Mas a verdade é que a produção não está ruim, nem no geral e nem na Legas. O que falta é argumento real para os patrões”, Valderez Dias de Amorim, o Serginho Groisman, CSE na Legas

“É fundamental também valorizar a Convenção Coletiva, que é uma conquista histórica da nossa categoria, e garantir a reposição integral da inflação com aumento real, para avançarmos de forma concreta na melhoria das condições de vida da classe trabalhadora”, Cláudia Alexandra Rodrigues, CSE na Apis Delta

“Não se trata apenas da data-base, mas sim do reconhecimento do que produzimos todos os dias no pé da máquina e nas fábricas. É preciso lembrar que fazemos parte de um mesmo grupo: a classe trabalhadora. Essa consciência é fundamental porque nos mostra que nossas conquistas individuais só existem graças à luta coletiva”, Cleiton Castro Pinheiro, o Cleitinho, CSE na Metalpart

“Um dos pontos essenciais é a defesa das cláusulas sociais permanentes, que representam direitos históricos construídos ao longo de décadas de luta. Não podemos abrir mão delas, pois significam garantias mínimas de dignidade para todos nós, frutos da resistência e da organização no chão de fábrica”, Diego Goulart, o Diegão, coordenador do CSE na Delga

“É a sindicalização que nos dá a força necessária para garantirmos conquistas em todas as pautas que estamos defendendo. O trabalhador que não é sócio do Sindicato acaba, na prática, fortalecendo o sindicato patronal, que tenta retirar ainda mais direitos da nossa categoria”, Iraildo Costa Lima, o Japonês, CSE na Udinese Papaiz

“Assim como os Metalúrgicos do ABC estão fazendo o seu papel, mobilizando a categoria e organizando a luta, o sindicato patronal também precisa cumprir o dever de representar as empresas e apresentar uma proposta decente. Se isso não acontecer, os trabalhadores na Aperam sabem muito bem como conquistar seus direitos: com luta”, afirmou Mauricélio Bezerra da Silva, o Célio, CSE na Aperam

“Temos abertura para dialogar e buscar uma proposta na mesa de negociação, mas também temos unidade para lutar, se preciso, com greves e mobilizações até que os patrões escutem nossas reivindicações. Somos nós que geramos a riqueza dessas empresas que, muitas vezes, se negam a reconhecer nosso trabalho”, José Ribamar Feitosa da Silva, coordenador do CSE na ZF

“A nossa Convenção Coletiva é fruto de muita luta, construída por trabalhadores e trabalhadoras que, no passado, garantiram esses direitos. Hoje, o patronal tenta retirar conquistas na mesa de negociação. Por isso, a Campanha Salarial não é só econômica, mas também pela defesa dos nossos direitos”, Maria Zélia Vieira Viana, coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC