Assembleia na Proema, Grundfos, Filtragua e Partner intensifica mobilização na campanha
Os metalúrgicos continuam as negociações, nesta quarta-feira, com montadoras e autopeças. Na terça-feira, foi a vez do G.8 e da Fundição
Os trabalhadores na Proema, na Grundfos e na Partner, em São Bernardo, realizaram uma assembleia conjunta na manhã desta quarta-feira (26) para prosseguir a mobilização por um bom acordo na campanha salarial. Esta foi a segunda de uma série de atos que o Sindicato vai realizar nas fábricas para informar o andamento das negociações e intensificar a disposição do pessoal para a luta.
Nesta quarta-feira (26), as negociações com as montadoras continuam. As discussões vão girar em torno das cláusulas sociais pré-existentes (em vigor) com alterações propostas pelos metalúrgicos. Nas rodadas realizadas até agora, a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT e o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) debateram ajustes nas redações das cláusulas sociais em vigor na Convenção Coletiva de Trabalho.
Alguns exemplos de cláusulas são a garantia de emprego aos portadores do vírus HIV e às trabalhadoras que sofrerem aborto, a apresentação de atestado médico odontológico, adiantamento de salário, promoções e férias. As alterações não interferiram no direito, ou seja, a sua essência continua mantida.
Os metalúrgicos também têm reunião nesta terça com o G.3 (autopeças, forjarias e parafusos). O principal debate será sobre as cláusulas novas. Nas últimas rodadas, foram debatidas cláusulas sociais em vigor na Convenção com alterações propostas pela Federação. As rodadas têm avançado bastante. Algumas cláusulas que poderão ser alteradas são: a licença paternidade, que pela nova proposta garantirá ao trabalhador que tire os cinco dias corridos a partir do dia seguinte ao nascimento do filho. Hoje, a lei e a Convenção garantem cinco dias, mas que são contados a partir do parto.
Outra cláusula é a prestação de serviços ao exterior que, pela proposta será negociada entre o trabalhador e a empresa, com a assistência do Sindicato. Já a mudança na redação do DSR (Descanso Semanal Remunerado) permitirá um escalonamento. Hoje, a Convenção Coletiva de Trabalho determina que se o trabalhador tiver um atraso na semana de até 30 minutos não terá descontado o DSR. A modificação propõe ao trabalhador que tiver até 30 minutos de atrasos na semana não sofra o desconto no salário do DSR.
G8
Na terça-feira (25) a FEM-CUT e a bancada patronal do Grupo 8, que representa os sindicatos patronais dos setores de trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros discutiram as cláusulas pré-existentes (em vigor na Convenção) com alterações propostas pela Federação.
Algumas delas referem-se ao período para apresentação de documentação para se aposentar por tempo de serviço, no caso de aposentadoria simples. Hoje, a Convenção assegura 30 dias e a bancada patronal sinalizou a possibilidade de ampliar este prazo para 45 dias. Já no caso de aposentadoria especial, a Convenção em vigor determina prazo de 60 dias, e o G.8 disse que é possível alterar para 90 dias.
Outra cláusula que poderá ser modificada é o direito à amamentação. A Convenção em vigor assegura oito dias de licença remunerada em seguida à licença maternidade e a negociação com a bancada patronal poderá ampliar este benefício para 10 dias. A pauta de reivindicações da FEM entregue ao G.8 tem 121 cláusulas, sendo que 81 são pré-existentes (em vigor na Convenção até o dia 31 de agosto) e 40 novos direitos. Das 81, a Federação propôs mudanças em 35.
Todas as alterações, ajustes e a inclusão de novos direitos serão submetidos às assembléias . A próxima rodada é dia 2 de setembro, às 14h, no Sicetel (Fiesp). A Federação representa 25 mil metalúrgicos nos setores do G.8 em todo o Estado e a data-base é 1º de setembro.
Fundição
Ainda na terça-feira, a FEM iniciou as negociações da campanha salarial com a bancada do setor de Fundição. Durante a rodada, as bancadas abordaram as cláusulas sociais pré-existentes com alterações propostas pela Federação e também novos direitos.
A bancada patronal sinalizou a possibilidade de avançar nas cláusulas sobre a contratação de jovens aprendizes, na qual a Federação reivindica o pagamento do piso da categoria, bem como propõe a garantia de fornecimento de alimentação ao estagiário que possuir uma jornada de no mínimo seis horas diárias.
Novos direitos e próxima rodada
No que tange às cláusulas novas (novos direitos), a bancada da Fundição assegurou a possibilidade de avançar na garantia de formação ao trabalhador recém-contratado e de aprofundar no debate sobre o desenvolvimento de um Código de Conduta, que seria aplicado junto às empresas e trabalhadores. A próxima rodada está agendada para o dia 31 de agosto, às 13h30, na sede da entidade patronal.
Pauta de reivindicações e base
A pauta de reivindicações da FEM entregue à Fundição tem 100 cláusulas sociais e econômicas, sendo que 56 são pré-existentes, 22 têm alterações de melhorias na redação e 22 são novas cláusulas. A FEM representa 15 mil trabalhadores no setor de Fundição em todo o Estado e a data-base é 1º de setembro.
Da Redação, com informações da FEM