Assembleias mobilizam trabalhadores nas empresas Marcolar, Autometal, Metaltork, Polistampo e B.Grob

Toda a categoria está convocada para apreciar as propostas dos grupos patronais na Assembleia Geral, amanhã, às 18h, na Regional Diadema

Foto: Adonis Guerra

A um dia da Assembleia Geral de Campanha Salarial, a mobilização na base segue intensa. Trabalhadores e trabalhadoras têm demonstrado organização e disposição de luta em todas as assembleias realizadas nas fábricas. Amanhã, às 18h, na Regional Diadema, a proposta dos grupos patronais será apresentada pela direção do Sindicato para apreciação e votação da categoria.

Ontem, dirigentes conversaram com a companheirada nas empresas Autometal, Metaltork e Polistampo, em Diadema; B.Grob, em São Bernardo; e Marcolar, em Ribeirão Pires.

Além da reposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e da valorização da Convenção Coletiva, a Campanha Salarial tem como eixos centrais: a redução da jornada sem redução de salários, o fim da escala 6×1, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, o combate ao assédio moral nos locais de trabalho e a defesa de juros mais baixos para proteger as famílias e estimular o consumo.

Marcolar

Foto: Igor Andrade

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, convocou a participação de todos. “Tem que parar com a choradeira, porque nós sabemos a situação real da economia do país. A projeção é de que o PIB cresça mais uma vez este ano. Se ficarmos sentados, calados, quietos, não virá nada. Temos que nos mobilizar, queremos aumento. Vamos todos demonstrar essa mobilização na assembleia. Isso não é um convite, é uma convocação”.

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, destacou a importância da Convenção Coletiva. “Em outras categorias, quando o trabalhador sofre um acidente e é amputado, passado um ano pode ser mandado embora. Na nossa Convenção Coletiva há uma cláusula que garante sua permanência até a aposentadoria. Lá fora ninguém vai querer contratar. A partir disso, as empresas precisam ter mais atenção com a manutenção das máquinas. E isso não foi dado, foi conquistado”.

Metaltork e Autometal

O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, enfatizou a necessidade de aumento real. “Precisamos de uma grande assembleia para conquistar um bom acordo, porque são 12 meses de perdas salariais e só a inflação não nos contempla. Queremos arrancar aumento real. Não há justificativa para os patrões alegarem dificuldade em um momento como este, os argumentos deles não correspondem à realidade”.

“Os patrões continuam com a choradeira, sempre assim. Mas quando nos unimos e exigimos o que é nosso, mostramos nossa força. Lutamos por um futuro que nos pertença, porque somos nós que construímos a riqueza com as nossas mãos e o nosso suor”, reforçou o coordenador de área, João Paulo Oliveira dos Santos.

O CSE na Metaltork, Rodrigo Felipe do Nascimento, o Sacolinha, lembrou: “Para nós, trabalhadores, nada vem fácil. Tudo o que conquistamos não foi dado pelo patrão, mas fruto da nossa luta coletiva”.

“Muitos acham que o resultado já está garantido. Mas nada na vida da classe trabalhadora vem de mão beijada. Nós, trabalhadores que produzimos a riqueza deste país, precisamos fazer o enfrentamento necessário para conquistar um bom acordo”, completou o coordenador de área, Gilberto da Rocha, o Amendoim.

Polistampo

A diretora executiva do Sindicato, Andrea de Sousa, a Nega, chamou a atenção para a luta contra a violência de gênero: “No mês de agosto, a Lei Maria da Penha completou 19 anos. Precisamos do apoio dos companheiros nessa conscientização, porque não é normal chegar em casa, depois de um dia de trabalho, e ver no noticiário que mais uma mulher foi morta. Temos que dar um basta nessa violência”.

B.Grob

Foto: Cadu Bazilevski

Na B.Grob, o coordenador de São Bernardo, Jonas Brito, destacou o impacto do tarifaço alegado por alguns grupos patronais. “Nosso Sindicato está preocupado com o impacto do tarifaço, principalmente no setor de máquinas. Mas não podemos abrir mão da nossa Campanha Salarial. O Sindicato é responsável e, se for preciso discutir o tema com alguma empresa, vamos discutir. Mas é importante não misturar as coisas”.

O coordenador de área, Lucas Costa Cavalcante, ressaltou a importância da sindicalização e da unidade entre Sindicato e categoria para fortalecer a mobilização e a luta.