Assinatura do novo regime automotivo marca abertura do Salão do Automóvel
Foto: Adonis Guerra
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, Wagnão, esteve ontem na abertura do 30º Salão Internacional do Automóvel 2018. Na entrevista ao lado ele comenta a assinatura do decreto que regulamenta o Rota 2030 e o discurso feito por Temer na ocasião, além das novidades apresentadas no evento.
Tribuna Metalúrgica – O que você achou da abertura do Salão?
Wagnão – Em uma cerimônia xoxa, a grande comemoração da mesa que abriu o Salão com o presidente golpista Michel Temer foi a assinatura feita ali do decreto que regulamenta o Rota 2030.
TM – E qual a sua opinião sobre esse novo regime automotivo?
Wagnão – Para os metalúrgicos do ABC ligados ao setor automotivo, a medida está muito longe de proteger o emprego no Brasil, porque o seu principal ponto, a obrigatoriedade de um percentual de produção nacional que estava presente no Inovar-Auto, não consta nesse decreto. Muito pelo contrário, em algumas situações exemplares como a questão do carro elétrico, ele incentiva a importação de veículos ao invés de sua produção nacional. Tanto é que um dos discursos mais animados em relação ao Rota 2030 foi o do presidente da Abeifa, Associação Brasileira dos Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, José Luiz Gandin, comemorando a assinatura do programa.
TM – E como foi o discurso de Temer?
Wagnão – Temer se auto parabenizou pela ousadia de ter aprovado a famigerada reforma Trabalhista, em um discurso totalmente desconectado da realidade, afirmando que esta já apresenta resultados positivos em relação ao emprego. Questão negada pelos próprios jornais esta semana, que afirmam que a reforma não gerou os empregos esperados, inclusive com declarações das confederações patronais confirmando isso.
TM – Há novidades no Salão?
Wagnão – O Salão é sempre um ambiente que aponta para uma potencialização e dinamização do setor para o próximo ano, mas inovações do ponto de vista de lançamentos foram raras. O que percebemos foi muita tecnologia embarcada ou aprimoradas em veículos já existentes, mas veículos que nós já conhecemos. Poucas foram as marcas que ofereceram surpresas de novos veículos.
TM – O que esperar do próximo governo com relação ao Rota?
Wagnão – Agora é aguardar o próximo ano de um novo governo ultraliberal que poderá ter a potencial intervenção negativa que destrua o já enfraquecido Rota 2030.
Da Redação.