Atividade industrial recua em dezembro, aponta CNI
A atividade industrial voltou a cair em dezembro. Segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os indicadores industriais mostram um quadro que se repetiu durante todo ano de 2011. O faturamento real, único índice que vinha apresentando crescimento contínuo nos últimos seis meses, caiu 2,7% em relação ao mês anterior.
Segundo o economista da CNI, Flávio Castelo Branco o resultado é reflexo do ambiente desfavorável da economia. “O ritmo ficou bem aquém do desejado. Quando a indústria cresce pouco, o Brasil como um todo cresce pouco também”, afirmou.
As horas trabalhadas também recuaram em relação a novembro e fecharam dezembro com queda de 1,2%. A indústria operou, em média, com 81,3% da capacidade instalada, ficando praticamente estável em relação ao mês anterior. A única variável que apresentou crescimento, segundo a CNI, foi o emprego, aumentou 0,4%.
Em relação ao ano de 2011, o desempenho da indústria foi inferior ao de 2010, o que para a CNI significa um cenário de “quase paralisia da atividade industrial”. Segundo os dados, a única variável que teve um crescimento mais intenso em relação a 2011 foi o faturamento, que ficou 5,1% maior em 2011. As horas trabalhadas cresceram apenas 0,9%, o emprego cresceu 2,2% e a utilização da capacidade instalada ficou estável, com queda de 0,1% em 2011.
Para 2012, o cenário esperado para a indústria é de que o desempenho seja melhor do que o de 2011, porém não muito melhor. Segundo Flávio Castelo Branco, algumas medidas anunciadas no ano passado vão amenizar a situação de queda da produção no setor.
“Medidas como a tributação diferenciada para o setor automobilístico, que vai levar a uma redução da importações e amenizar um quadro mais difícil que estava se desenvolvendo neste segmento, e alguns instrumentos da política industrial do plano Brasil Maior começaram a ter efeitos e já possibilitam uma expectativa de melhoria. Mas os maiores problemas como por exemplo os de concorrência –especialmente com produtos vindos da China–devem continuar”, afirmou o economista.
A produção industrial avançou apenas 0,3% em 2011, segundo o IBGE. Resultado da concorrência com os importados e também da dificuldade em exportar em um momento de crise no exterior.
Da Folha Online