Atividade será na reunião da Diretoria Plena segunda, dia 13

O Sindicato realiza o debate “O dia se­guinte à reforma Trabalhista” na reunião da Diretoria Plena na segunda-feira, dia 13, às 9h, na Sede. Será o primeiro dia útil após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, ama­nhã, que rasga a CLT e retira os direitos conquistados.

O diretor executivo res­ponsável pelas Relações do Trabalho do Sindicato, Ale­xandre Colombo, explicou a importância do tema para os trabalhadores com os im­pactos diretos nos empregos e nas condições de trabalho.

Foto: Adonis Guerra

Tribuna Metalúrgica – Por que é importante debater a reforma Trabalhista?

Alexandre Colombo – O Sindicato já vem discutindo com a categoria os danos causados com a reforma. São atos, alertas nas fábricas e mobilizações para que a sociedade entenda o mas­sacre e o desmanche nos direitos.

Temos feito discussões com os CSEs para detalhar cada ataque que as medidas representam na vida dos trabalhadores e trocar expe­riências sobre como vamos agir daqui para frente.

Sabemos que o projeto é da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, e foi feito em escritório exata­mente para prevalecer os interesses dos empresários. Os desafios são enormes e temos que estar organiza­dos, unidos e preparados para enfrentá-los em defesa de toda a sociedade.

Por isso, estão todos con­vocados para o ato hoje, em São Paulo, contra os retrocessos (confira mais na página 2). Na segunda-feira, o debate na Sede vai ajudar a detalhar como pensa cada participante e definir as nossas ações.

TM – Por que a categoria deve continuar mobilizada mesmo com a cláusula de salvaguarda que barra a re­forma?

Colombo – Conquistar a cláusula de salvaguarda na Campanha Salarial neste momento foi muito impor­tante ao assegurar que as alterações na CLT não sejam aplicadas sem que haja nego­ciação com o Sindicato.

Cerca de 160 mil com­panheiros, 80% da base da Federação Estadual dos Meta­lúrgicos da CUT, a FEM-CUT, já estão vacinados contra a re­forma com a cláusula assinada.

Porém, a preocupação é uma constante com a legis­lação vigente rodeando os direitos. Toda vez que tiver data-base, o tema vai voltar à tona. Por isso, a luta é pela anulação da reforma.

TM – Os patrões dizem que a reforma vai gerar empre­gos. Como você avalia essa afirmação?

Colombo – Essa é uma grande mentira dos empre­sários que querem precarizar cada vez mais os direitos dos trabalhadores, com redução de salário, aumento da jor­nada de trabalho, fim dos acordos coletivos e empregos precários. Nós temos que enfrentar isso.

Temos o exemplo do Mé­xico, onde a reforma já foi feita e virou um desastre. O trabalhador lá só trabalha para comer. É o que estão querendo fazer com o Brasil.

A pesquisa da CUT/Vox Populi divulgada ontem mos­trou que 81% dos brasileiros rejeitam a reforma de Temer.

Ao assinar os acordos com a cláusula de salvaguarda, os próprios empresários mos­tram que estão inseguros pelas inconstitucionalidades da reforma, que foi feita sem a participação dos sindicatos, justiça do trabalho, OAB. A decisão só ouviu um lado da história, que é o dos patrões.

TM – Qual o posiciona­mento dos Metalúrgicos do ABC?

Colombo – Nós defende­mos o contrário do que está acontecendo no Brasil, que­remos o crescimento do País com melhor distribuição de renda e justiça social.

A estratégia de Temer e dos patrões, com a reforma Trabalhista, a Lei da Tercei­rização irrestrita, o fim da aposentadoria e o congela­mento dos investimentos públicos, só vai fazer a po­pulação empobrecer ainda mais. Enquanto isso, ban­queiros e empresários serão ainda mais favorecidos.

Vamos continuar firmes na luta contra a reforma da Previdência, pela anulação da reforma Trabalhista e em defesa dos direitos.

Da Redação.