Ato em Lucélia cobra política agrária em São Paulo

Delegação dos metalúrgicos do ABC participou de ato com 4 mil trabalhadores, que cobrou uma política agrária no Estado


Parte da delegação de Metalúrgicos e Químicos do ABC que foi à Lucélia. Foto: José Carlos Oliveira

A proibição de um promotor de Justiça não impediu que cerca de 4 mil trabalhadores do campo e da cidade – entre eles uma delegação de metalúrgicos do ABC – lotassem na manhã do último sábado o pátio do antigo Instituto Brasileiro do Café, em Lucélia, Região Oeste paulista, para realizar ato que cobrou pressa na Reforma Agrária.

A mobilização estava marcada para a principal rua da cidade e tinha apoio da prefeitura local. Mas com o impedimento foi transferida para os arredores do município, sem tirar o ânimo dos participantes.

“Foi um ato pacífico e muito representativo para toda a classe trabalhadora”, destacou o vice-presidente do Sindicato, Rafael Marques, que esteve em Lucélia. “Nem essa decisão arbitrária abalou a garra e a vontade do pessoal”, prosseguiu.

Uma das principais reivindicações do ato foi a agilidade para  resolver o problema das terras públicas que foram liberadas para a Reforma Agrária, mas estão sendo ocupadas por grandes usinas na Região do Pontal do Paranapanema.

“Nós brigamos contra uma oligarquia rural no Estado de São Paulo e contra o governo Alckmin, que age junto com esses fazendeiros e tenta criminalizar os movimentos sociais”, denunciou o líder sem-terra José Rainha Junior. “Essa ação do promotor mostra o quanto eles desrespeitam os camponeses”, afirmou.
Rafael lembrou que os trabalhadores rurais não são recebidos há oito anos pelo governo paulista. “Mas se a Federação dos bancos convidar o governador Alckmin para uma reunião, aposto que ele atende em poucos minutos”, comparou.

A categoria aprovou o ato. “Estamos animados em participar desta luta”, comentou Daniel Calazans, diretor executivo do Sindicato. “Essa mobilização vai chamar a atenção para a questão agrária no Estado”, completou Valter Saturnino, coordenador do CSE na KG Estamparia.

Lula manda mensagem de apoio ao movimento
Durante o ato foi apresentada uma pauta que será entregue à presidenta Dilma, cobrando mais agilidade na Reforma Agrária e uma mensagem de apoio ao movimento do ex-presidente Lula.

Entre as principais reivindicações estão a questão política, a preservação ambiental, o crédito rural, a cidadania, a defesa dos pescadores, a educação e a habitação.

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Wellington Diniz Monteiro, esteve presente no Ato e recebeu as reivindicações.

“Ele foi muito receptivo, ouviu a cobrança dos trabalhadores e prometeu agilidade para atender os nossos pedidos”, revelou Rafael. “O Superintendente do INCRA disse também que a participação da CUT e do Sindicato na defesa da Reforma Agrária fortalece essa luta em São Paulo e no Brasil”, concluiu Rafael.

Da Redação