Ato homenageia Renato e exige segurança

Eles foram chegando
em silêncio. Flores nas mãos
e tristeza nos rostos. A emoção
marcava cada olhar e
cada fala no ato de sábado
pela manhã para Renato Inácio
Árias, assassinado oito
dias antes.

O ato foi uma homenagem
dos companheiros de
trabalho na Mercedes-Benz e
de alunos da Fundação Santo
André, onde Renato cursava
o segundo ano de administração
de empresas. Foi
também um alerta contra a
insegurança.

Pelo menos cem veículos
saíram do pátio da
montadora, onde Renato trabalhava
como ferramenteiro,
e seguiram até a Fundação,
onde aguardava um grupo de
alunos. Dali, todos caminharam
poucos metros adiante,
até o trevo da Av. Lions, onde
Renato foi baleado e morto
na noite da sexta-feira, 24 de
agosto. No local, depositaram
flores.

Manifestação – “Dois dias na vida de
uma pessoa não mudam nunca. Ontem, pelo que já passou
e aconteceu, e amanhã,
pelo que vai acontecer. Mas
há um dia, hoje, que a gente
pode fazer alguma coisa para
mudar”, disse Elcimar Silva
Duarte, o Piti, também ferramenteiro
e que trabalhou
com Renato nos últimos quatro
anos.

Moisés Selerges, da Comissão
de Fábrica, afirmou
que o difícil nessa hora é dimensionar
a dor do pai e da
mãe, mas é também uma
hora de indignação contra a
insegurança. “Até quando ficaremos
acordados nas noites,
esperando nossos filhos
chegarem da escola?”, perguntou
ele.

Bruna Gonçalves, aluna
de administração da Fundação,
acredita que esses atos
servem também para alertar
o Estado pela insegurança da
população. “É muito triste a
gente saber que ninguém está
seguro. Sabemos que a violência
ocorre, mas ela choca ainda
mais quando acontece perto
de nós”, definiu.

Muito abalados, Sidnei e
Inês Árias, pais de Renato,
disseram que todas as manifestações
mostram como
Renato era querido. Na noite
de sexta-feira, os alunos da
Fundação suspenderam as aulas
e, em caminhada, percorreram
o mesmo trajeto de Renato
no dia em que foi morto.

Dois estão presos

Na quinta-feira passada,
uma semana após o crime,
a Polícia Militar prendeu
Maicon Araujo Fernandes,
de 18 anos, que teria feito a segurança dos ladrões,
e também um adolescente
de 17 anos, que teria
matado o estudante.

A polícia continua atrás
de Alex dos Santos Martins,
19 anos, apontado como
chefe do grupo. Seria
dele o revólver calibre 38
usado no assassinato.