Aumenta o emprego para quem tem mais de 50 anos
Aquecimento da economia e procura por profissionais mais experientes elevaram a contratação de trabalhadores desta faixa na região metropolitana de São Paulo
A contratação de trabalhadores com idade superior a 50 anos cresceu 28,43% na região metropolitana de São Paulo no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2009.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que 32,7 mil pessoas dentro dessa faixa etária foram reempregadas no período. O número é o mais expressivo desde 2001, quando foram contabilizados 16,8 mil registros.
Para o professor do Departamento de Economia da Unesp, Elton Casagrande, o aumento reflete o momento favorável da economia e do mercado de trabalho formal, independente da idade do trabalhador. O professor também chama a atenção para o fato de que a faixa etária de 50 a 64 anos atingiu, pela primeira vez, a casa dos 5% de representatividade entre todos os reempregados, aqueles que já tinham pelo menos um registro na carteira de trabalho e voltaram ao mercado.
Segundo Casagrande, os profissionais dentro desse perfil têm atributos favoráveis para o mercado, como experiência, estabilidade, responsabilidade e compromisso. Aliado a esse cenário, muitas empresas preferem admitir pessoas mais maduras, com postura diferente dos jovens, que demandam um custo maior de aprendizagem.
O professor Anselmo Luis dos Santos, do Instituto de Economia da Unicamp, relata que o emprego cresceu pouco nos anos 80 e 90, o que fez aumentar o número de trabalhadores que recorreram ao trabalho informal.
A melhora do emprego formal verificada nos últimos anos abriu espaço para essas pessoas que trabalhavam por conta própria. “Além do aumento de oportunidades, ocorreu uma melhora do salário, o que também acaba atraindo as pessoas que atuavam como autônomas a trabalhar com carteira assinada”, ressalta.
De acordo com o diretor da Santa Gente Educação para Humanos Crescidos, Flávio Souza Ramos, o principal diferencial das pessoas com mais de 50 anos em relação aos jovens é o convívio em sociedade. “Esses profissionais se comunicam melhor do que os jovens, que falam gírias por exemplo, além de terem mais experiência de trabalho e de vida”, diz. Por isso, o setor de serviços pode achar nessa faixa etária bons funcionários para lidar com pessoas.
Ramos pontua que a demanda por profissionais qualificados está grande e deve continuar. Ele cita que a Petrobrás, inclusive, está recontratando técnicos aposentados por conta da falta de capacitação de mão de obra jovem.
Da redação com Jornal da Tarde