Aumento das importações preocupa indústria automotiva
Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, alerta para a necessidade de rever os incentivos fiscais
Rafael Marques. Foto: Raquel Camargo / SMABC
O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) , Cledorvino Belini, anunciou na quinta-feira (07/04) que o crescimento das importações pode provocar a perda de postos de trabalho nas montadoras do ABCD e com reflexo nas empresas de todo o País. No ano passado, o total de veículos importados ultrapassou a casa das 630 mil unidades e provocou um impacto no emprego. Se os modelos tivessem sido produzidos no Brasil, a cadeia automotiva absorveria mais 102 mil empregos.
“Caso o mercado de importados continue a crescer é possível ocorrer a perda de empregos nas montadoras. No ano passado tivemos o crescimento da Classe C, o que possibilitou maior aquisição de automóveis populares, em contrapartida, quem já pertencia a essa classe também ascendeu a posição e passou a adquirir produtos de maior valor agregado”, destacou.
Para o professor de Ciências Econômicas da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), Sandro Maskio, as montadoras optam pelas importações pelo fato de os impostos serem mais atrativos. “Os gastos são menores em todas as esferas e com a moeda americana em queda, a tendência é de que veículos importados entrem cada vez mais no mercado brasileiro”, disse.
Alerta
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, tanto o governo estadual como o federal foram alertados sobre a expansão dos produtos importados no País. “É preciso rever os incentivos aos importadores. O País precisa proteger a sua indústria, manter o seu crescimento e continuar elevando a massa salarial dos trabalhadores”, pontuou.
Na opinião do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, o crescimento das importações é preocupante. “A indústria nacional tem condições totais de aumentar a sua capacidade. Acredito que o câmbio também precisa ser revisto para que ocorra a diminuição da entrada dos importados no País”, ponderou.
Do ABCD Maior