Aumento salarial recorde dos metalúrgicos vai injetar R$ 837,5 milhões na economia paulista
O aumento salarial recorde de 10.81% mais abono de R$ 2.200,00 conquistados pelos metalúrgicos da FEM-CUT nas montadoras vão injetar R$ 258 milhões na economia, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. De abono, serão R$ 88 milhões pagos em um único dia. “O salário tem a capacidade de ser indutor de crescimento na economia”, diz Nobre. Segundo ele, somente os sindicatos da FEM-CUT (Estado de São Paulo) serão responsáveis pela entrada de quase R$ 840 milhões na econômica do ABC, do Estado, do País.
No total, R$ 837,5 milhões entrarão na economia por conta dos aumentos salariais conquistados para todos os 250 mil metalúrgicos da FEM-CUT, dos quais 101,4 mil são da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os dados são da Subseção Dieese do Sindicato
“Não fosse nossa conquista, esse dinheiro estaria parado, rendendo para os bancos e agora vai para o bolso dos metalúrgicos, que vão consumir mais e movimentar a economia brasileira, gerando, com isso, mais empregos e desenvolvimento”, afirma Sérgio Nobre, ao justificar porque o aumento de uma categoria como a dos metalúrgicos acaba refletindo e influenciando nas demais.
NEGOCIAÇÃO E MOBILIZAÇÃO – “Foi muito importante para os trabalhadores e empresários da Região chegar a um acordo desse porte sem greve, sem conflito, na mesa de negociação. Greve não é bom para ninguém”, disse Sérgio Nobre.
Para Sérgio Nobre, a dobradinha mobilização/negociação foi fundamental na construção desse acordo recorde. Os metalúrgicos conquistaram neste domingo (19) o maior aumento salarial da história no ramo: 10,81%, sendo 9% da data-base mais 1,66% de correção da tabela salarial e R$ 2.200,00 de abono. O índice será pago integralmente na data base, 1° de setembro, e o abono quitado totalmente em 20 de outubro.
As montadoras (Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen) responderam no domingo (19) positivamente à reivindicação feita pelos trabalhadores em assembleia realizada no sábado (18). Eles reivindicaram a unificação das datas de pagamento do aumento salarial e da correção da tabela (os 10,8%) e também que abano fosse pago de uma única data. Originalmente, a proposta era de pagar o 1,66% somente em agosto de 2011 e o abono parcelado em duas vezes.
“É o maior acordo da história na categoria porque a indústria automobilística também vive o melhor momento da sua história. É uma conquista que vai ficar marcada na vida dos metalúrgicos do ABC”, completa.
Também terão a mesma composição de aumento salarial (índices mais abono) os metalúrgicos de Taubaté, São Carlos e Tatuí que são representados pela FEM-CUT na mesa de negociação. A base da FEM nas montadoras é de 45 mil trabalhadores. Desse total mais de 32 mil no ABC.