Autopeças: Plenária inicia campanha salarial

Com uma plenária do setor de autopeças começou o aquecimento da campanha salarial. Este ano, ela vai priorizar a reposição de perdas e novas reivindicações. Também reafirmou que a data-base é setembro. A CUT reúne hoje sindicatos de São Paulo para articular campanha salarial unificada.

A plenária dos trabalhadores no setor de autopeças, realizada no sábado na Sede do Sindicato, foi o aquecimento da nossa campanha salarial, que este ano começa mais cedo.

Ainda este mês será realizada a plenária da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) e, em julho, os setores patronais re-ceberão a pauta de reivindicações. “O eixo da campanha será a recuperação das perdas salariais”, avisa Adi dos Santos Lima, presidente da FEM-CUT.

Ele comentou que o setor automobilístico vive um bom momento e que a produção deste ano deve ser semelhante ao de 1997, a melhor nos últimos dez anos. “A recomposição salarial aumenta o poder de compra, gera emprego e melhora a qualidade de vida”, disse Adi.

Para dar conta do aumento da produção, as fábricas estão exigindo mais horas extras. Mesmo com um cenário favorável, Adi disse que os patrões, antes de começar a campanha, já estão chorando.

“Todos os níveis sinalizam com um cenário de desenvolvimento, mas tem patrão que fala em demissão na hora de negociar salário”, explicou.

>> Estratégia inclui novas reivindicações

A plenária do pessoal das autopeças debateu as cláusulas sociais que estão pendentes junto ao setor patronal desde o ano passado.

São cláusulas referentes à implantação de um código de conduta por parte das empresas, inclusão da lei que pune o assédio moral e sexual no acordo coletivo e obediência às cotas para deficientes, entre outras.

“A plenária foi muito boa e definimos nossa estratégia de participação na campanha”, disse o diretor do Sindicato, José Paulo Nogueira, que comandou a plenária.

O pessoal aproveitou para reafirmar que a data-base é mesmo em setembro, já que os representantes patronais das autopeças continuam fazendo corpo mole.

“Sobre essa questão, os patrões precisam entender que é uma mudança sem volta”, concluiu ele.