Autopeças se preparam para novo ciclo de investimento

Existe a expectativa de elevar o índice de nacionalização dos veículos, o que significa mais encomendas para fábricas no país

A indústria de autopeças está pronta para acompanhar a recente onda de investimentos anunciados pelas montadoras. E também investir. Existe a expectativa de um aumento do índice de nacionalização dos veículos, o que significa mais encomendas de componentes fabricados no Brasil. Daqui a um mês, o Sindipeças, entidade que representa o setor, vai revisar projeções. A previsão inicial era de crescimento de 2% no volume de investimentos nas autopeças em 2024.

Mas a projeção ficou defasada. Avaliação preliminar mostra agora que, com os recentes anúncios das montadoras, o aumento poderá chegar a 5%, o equivalente a R$ 6,1 bilhões. “Já esperávamos o anúncio de novos investimentos; mas o volume nos surpreendeu. Isso significa mais nacionalização”, afirma Claudio Sahad, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças), que conta com 510 empresas associadas, responsáveis por 280 mil empregos diretos.

Ao contrário das montadoras, os fabricantes de autopeças mantêm segredo sobre seus investimentos. Em geral, essas empresas se organizam para aplicar os recursos conforme as encomendas dos clientes. Muitas já começaram a receber encomendas de projetos de peças para carros que serão lançados daqui a dois ou três anos, a partir dos investimentos recém anunciados.

A notícia de que boa parte dos investimentos será voltada a produzir modelos híbridos movimenta o setor de autopeças. Multinacionais já se preparam para produzir localmente componentes que hoje são importados. É o caso da alemã Bosch, que planeja começar a produzir em Campinas (SP) componentes do sistema híbrido que hoje são fabricados na Europa. O veículo híbrido usa um sistema eletrônico que combina o funcionamento do motor a combustão com o do elétrico, de forma conjunta ou alternada.

Do Valor Econômico