Bancários conquistam 10% de reajuste salarial e encerram greve vitoriosa

Presidente do Sindicato da categoria, Luiz Cláudio Marcolino, destaca que a mobilização foi a mais forte e importante dos últimos 19 anos porque enfrentou e venceu a truculência policia, o interditos proibitórios e assédio moral dos gestores

“Os lutadores e lutadoras que aprovam a proposta, levantem seu crachá”. “Os lutadores e lutadoras que rejeitam a proposta, levantem seu crachá”. Assim, o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, homenageou todos os trabalhadores de bancos privados e da Nossa Caixa que participaram da forte greve de 15 dias e da assembléia desta quarta-feira, que decidiu encerrar o movimento e aceitar o que foi proposto pelos bancos após mais de dois meses de negociação.

O reajuste salarial será de 10% para quem ganha até R$ 2.500 (ordenado e gratificação, sem contar o anuênio/ATS) e de 8,15% para os que ganham mais de R$ 2.500. A participação nos lucros e resultados (PLR) também será maior: a regra básica (80% do salário mais R$ 878) foi alterada para 90% do salário mais R$ 966 – esse valor da parte fixa foi reajustado em 10%.

Outra conquista: os bancos que distribuírem menos de 5% do lucro líquido, terão que pagar PLR de 2,2 salários. Antes, a regra previa dois salários. “Essa foi uma das mais importantes conquistas dessa greve”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Há tempos queríamos alterar esse modelo que já está ultrapassado e essa é a primeira mudança importante da regra básica desde 1997”, lembra Marcolino, ressaltando que a conquista fará parte da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, “ou seja, ninguém tira dos trabalhadores esse aumento na PLR”.

A regra da parcela adicional – conquista de 2006 – continua igual e, de acordo com o crescimento do lucro, pode atingir o teto de R$ 1.980.

A primeira parcela da participação nos lucros (50%) será paga em até 10 dias após a assinatura do acordo.

As demais verbas, como os vales alimentação, refeição, auxílio-creche/babá e a 13ª cesta-alimentação serão reajustadas em 8,15%. As diferenças salariais e das verbas vêm na folha de pagamento do mês de novembro.

Garra – Marcolino enfatiza o resultado obtido numa das mais importantes greves da categoria dos últimos tempos. “Sindicato e bancários, juntos, construíram um movimento de paralisação consciente, forte, que cresceu apesar da violência policial, do abuso dos interditos proibitórios e dos contingenciamentos impostos pelos bancos e acima do assédio moral imposto por alguns gestores”, diz Marcolino, lembrando o uso até dos caros helicópteros para furar a greve. “Mas os bancários são maiores que isso tudo. Fizemos uma dura greve que contou com a maior participação de trabalhadores dos bancos privados dos últimos 19 anos. A proposta tem aumento real e a regra básica da PLR também melhora, uma conquista que fica para os próximos anos”, completa o dirigente.

Assistencial – A contribuição assistencial, aprovada em assembléia no início da campanha, será de 2,5% do salário bruto mais R$ 10, com teto de R$ 200, descontada em novembro. O não desconto pode ser solicitado na Quadra de 27 de outubro a 7 de novembro e via internet de 1 a 7 de novembro.

Dos Bancários