Bancários decidem nesta quarta-feira se aceitam proposta de 10%

Fenaban ofereceu índice de reajuste salarial para quem ganha até R$ 2,5 mil, o que representa metade da categoria

Depois de uma longa negociação, que se estendeu pela madrugada desta quarta-feira, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou o que afirma ser a proposta final para a campanha salarial 2008. O índice oferecido para o reajuste salarial é de 10% para quem ganha até R$ 2.500 – o que engloba cerca de 50% da categoria em todo o Brasil – e de 8,15% para os que ganham acima desse valor, o que representa aumento real de 2,66% e 1% respectivamente.

A proposta prevê ainda aumento na PLR. A regra básica para o pagamento do benefício, que era de 80% do salário mais R$ 878, será alterada para 90% do salário mais R$ 966 – valor da parte fixa reajustado também em 10%. Para os bancos que distribuírem menos de 5% do lucro, o teto do pagamento subiria de dois salários para 2,2 salários.

“Essa foi uma importante conquista. Sempre dissemos que o modelo estava ultrapassado, era injusto. Essa alteração é a primeira mudança importante da regra básica desde 1997”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. A primeira parcela da PLR deve ser paga até 10 dias após a assinatura do acordo.

As demais verbas, como os vales alimentação, refeição, auxílio-creche/babá e a 13ª cesta-alimentação seriam reajustadas pelos 8,15%. As diferenças salariais e das verbas vêm na folha de pagamento do mês de novembro.

Não agrada ao Sindicato a proposta de reajustes diferenciados e a PLR ainda está aquém do que os banqueiros poderiam pagar. A Fenaban, no entanto, anunciou que essa é a última proposta que pretende apresentar. Marcolino ressalta que a proposta foi arrancada com a mais dura greve e que contou com a maior participação de trabalhadores dos bancos privados dos últimos 19 anos. “A proposta tem aumento real que varia entre 1% e 2,66%. E a regra básica da PLR também melhora, uma conquista que fica para os próximos anos”, diz Marcolino.

As assembléias que começam às 19h serão separadas, já que além da proposta da Fenaban que vale para todos os 434 mil bancários do país, o Banco do Brasil apresentou proposta para questões específicas e a Caixa Federal, não.

O Comando Nacional dos Bancários manifestou à Fenaban que não aceita o desconto dos dias parados, o que travou a negociação por muitas horas. A Fenaban, no entanto, não aceita anistiar os dias em greve e propôs a compensação dos dias parados, entre o dia 30 de setembro e 22 de outubro, quando a greve pode ser encerrada, caso os bancários aceitem a proposta. A compensação aconteceria até o dia 15 de dezembro. Passado esse período, o que não for compensado será anistiado.

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