Banco Central anuncia medida para estimular o crédito
Banco Central libera o valor em reservas para estimular crédito. Medida foi reivindicada pelo Sindicato.
Wagner Santana, o Wagnão, secretário-geral do Sindicato
Na última sexta, dia 25, o Banco Central, o BC, anunciou a liberação de R$ 30 bilhões de reservas de crédito para estimular os bancos a retomarem o financiamento de aquisição de bens, entre eles os automóveis.
Com as mudanças nas regras do depósito compulsório, que é o valor depositado como garantia de seus empréstimos, os bancos poderão facilitar a aprovação de crédito ao consumidor.
“Já vínhamos avaliando que havia um excesso de exigências dos bancos para a liberação de financiamentos”, lembrou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
Pela análise do BC, a mudança foi possível após verificar a evolução dos recolhimentos compulsórios nos últimos anos, que passou de R$ 194 bilhões ao final de 2009 para cerca de R$ 405 bilhões no último balanço.
O banco também citou a recente moderação na concessão do crédito, a inadimplência em patamares baixos e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional.
Segundo Wagnão, a atitude do BC foi influenciada pela paralisia que o conservadorismo dos bancos estava provocando na indústria brasileira.
“Os bancos privados, principalmente, transferiram seus investimentos em aplicações de baixíssimo risco, sem nenhuma justificativa real de mercado”, avaliou.
“Essa atitude vem emperrando a retomada da produção e colocando em risco milhares de empregos na base”, completou Wagnão.
Além disso, o secretário-geral criticou a falta de compromisso que os bancos têm com o desenvolvimento do Brasil, mesmo quando estão sendo beneficiados.
“A inadimplência vem caindo, segundo o relatório dos próprios bancos e, na contramão, as provisões de empréstimos que deveriam crescer, diminuem”, destacou.
Para o dirigente, com essa medida do BC não há mais justificativas para as restrições ao crédito.
“Vamos aguardar como isso repercutirá na economia e se finalmente os bancos soltarão o freio de mão para alavancar a produção na indústria automotiva”, finalizou Wagnão.
Da Redação