Banco Central: Diretores de FHC condenados à prisão
O presidente do Banco Central (BC), Francisco Lopes, e outros três diretores da instituição no governo FHC foram condenados a penas de prisão que variam de cinco a dez anos.
A Justiça considerou-os culpados pelo empréstimo de dinheiro público aos bancos Marka e Fonte-Cindam mesmo sabendo que estavam falidos. Eles deverão pagar também multas em dinheiro que variam de R$ 60 mil a R$ 200 mil.
A maracutaia ocorreu em janeiro de 1999. Arthur Gueiros, um dos procuradores que comandaram as investigações, disse que a sentença é histórica pela importância das pessoas envolvidas.
Elas foram acusadas de peculato – crime cometido por funcionários públicos, por gestão fraudulenta ou temerária. Todos responderão em liberdade.
A ajuda aos bancos causou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos e beneficiou os ex-proprietários dos dois bancos, Salvatore Cacciola, do Marka, e Roberto Steinfeld e Luiz Antônio Gonçalves, do Fonte-Cindam, também condenados. Cacciola recebeu 13 anos de prisão. Steinfeld e Gonçalves ficaram com dez anos.
Entre o pessoal do Banco Central, Francisco Lopes pegou dez anos de cana. Os outros ex-dirigentes do BC condenados são Cláudio Mauch e Demóstenes Madureira de Pinho Neto, também com dez anos de prisão. Outra diretora, Tereza Grossi, pegou seis anos de prisão.
O que aconteceu
O Marka tinha um valor 20 vezes maior que todo seu patrimônio comprometido em contratos para comprar dólar. Com a desvalorização, os donos quiseram trocar os contratos por dólares de verdade e cobraram Cacciola. Como seu banco não tinha dinheiro para honrar os compromissos, Cacciola pediu ajuda ao Banco Central.
Mesmo sabendo que o Marka estava falido com a desvalorização, Lopes emprestou dinheiro do Banco Central a Cacciola. Por isto foi condenado agora por peculato.
Com o FonteCindam aconteceu a mesma coisa: especulação financeira desenfreada, depois coberta pela ação irresponsável do BC.