Banco do Brasil tem visão otimista para o País
Segundo especialista do Banco, o Brasil tem hoje a economia mais estável da América do Sul
Luiz Otávio Chabalgoity, assessor da gerência de assessoramento econômico do Banco do Brasil, em palestra durante o Seminário AutoData Perspectivas 2009, discorda completamente da idéia de que a atual crise financeira mundial seja semelhante à de 1929. “Há dúvidas sobre se as medidas tomadas até agora serão suficientes para conter a crise. O cenário é conturbado, mas vamos conseguir superar a crise”.
O economista também acredita que a situação econômica poderá voltar aos patamares normais até o fim de 2009, apesar do pessimismo atual. Em relação ao Brasil, ele apresentou dados que mostram que o País hoje é a economia mais estável da América do Sul, e não mais a do Chile. A evolução das reservas internacionais brasileiras permitiu preparar o País para choques externos e, por isso, a economia deverá se manter em tendência de alta: “o crescimento projetado no biênio 2008-09 é significativamente acima da média dos últimos 27 anos. Estamos em um País diferente do que estávamos acostumados a ver desde que nascemos”.
De acordo com Chabalgoity a restrição externa ao Brasil praticamente acabou e a pauta de exportações brasileiras está mais bem diversificada, o que contribui para um impacto menor da crise internacional sobre o País. Apesar de reconhecer que a balança comercial do Brasil será afetada, destacou: “o País não depende tanto da economia americana. Se por um lado os preços das commodities, principalmente os chamados metálicos, apresentam tendência de queda no mercado mundial, por outro a elevação do dólar favorece maior renda aos exportadores”.
O economista apresentou gráficos em que mostram aumento progressivo da participação dos países em desenvolvimento no PIB mundial ao longo dos últimos anos, enquanto a fatia das economias avançadas diminui. A expectativa é de que a relação entre elas seja de 50% em futuro próximo. O assessor apresentou também projeções que ele próprio considerou otimistas. O câmbio, por exemplo, com cotação do dólar a R$ 1,90 para o fim de 2008 e valor igual para o fim de 2009. As expectativas para a variação do IPCA continuam acima da meta central: 6,23% para o fim de 2008 e 4,90% para 2009, podendo chegar a 4,5% em 2010. Também espera uma flexibilização na Selic, de forma que em setembro de 2009 esteja em torno de 13,75%.
Da Agência Autodata