Banco Mundial vai compartilhar experiência do Brasil sem Miséria

O Plano Brasil sem Miséria vai servir de base para o Banco Mundial (Bird) e os países parceiros produzirem e compartilharem conhecimento sobre a implementação de políticas públicas. A Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza vai disseminar experiências como a brasileira em âmbito nacional e internacional.

A parceria envolve o Banco Mundial, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, além do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e está dividida em três etapas. A primeira servirá como um repositório de conhecimento, reunindo informações sobre a implementação do Brasil sem Miséria e do Programa Bolsa Família.

A segunda etapa se refere à análise e ao aprendizado de instrumentos, como as avaliações e os estudos de caso, que permitem abordagens multidisciplinares na implementação da política.

Segundo o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, que esteve reunido ontem como ministro Guido Mantega (Fazenda), essa fase irá examinar as especificidades que envolvem as ações. Na terceira etapa haverá a busca de soluções para os problemas de implementação, considerando experiências relatas por profissionais brasileiros e estrangeiros.

Jim Yong Kim afirmou que a iniciativa reconhece o Brasil como um líder global na redução da pobreza e da desigualdade. Kim destacou ainda que o percentual de pessoas na extrema pobreza no país caiu de aproximadamente 20%, no início da década de 1990, para cerca de 7% nos últimos anos.

Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu, ontem, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim

“O estabelecimento e a expansão de programas sociais robustos, incluindo o mundialmente conhecido Bolsa Família, também exercem uma influência fundamental e ajudaram não apenas a fornecer uma rede de proteção social, mas estimularam um comportamento positivo como as visitas das mães aos postos de saúde, para receber assistência pré-natal, e a frequência escolar de crianças das famílias que recebem transferências condicionais de renda”, disse presidente do Bird.

Para a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), Tereza Campello, a experiência do Bolsa Família serve como base de políticas públicas para superação da extrema pobreza no mundo, pois já envolve atualmente a participação de mais de 50 milhões de pessoas.

“O Bolsa Família é hoje a base do Brasil sem Miséria, pudemos superar a pobreza dentro do Bolsa Família e hoje podemos afirmar que o fim da miséria é só um começo.

Queremos garantir o fim da miséria do ponto de vista monetário, mas queremos principalmente garantir melhoria das condições de vida para população e oportunidades de inclusão econômica para população pobre”, destacou a ministra.

Lançado em junho de 2011, o Brasil Sem Miséria já retirou 22 milhões de pessoas da extrema pobreza por meio da transferência de renda. Estima-se que ainda seja necessário encontrar 700 mil famílias que não têm acesso às políticas governamentais e encontram-se na miséria, vivendo com menos de R$ 70 mensais por pessoa.

Além da distribuição de renda, o plano agrega ações de acesso a serviços públicos –nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica– e de inclusão produtiva.

Balanço
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, participam amanhã, a partir das 9h30, dos Diálogos Governo e Sociedade Civil: Plano Brasil Sem Miséria, no Palácio do Planalto, em Brasília. Eles apresentarão os resultados do plano de superação da extrema pobreza e os desafios e metas até 2014.

Este é o terceiro encontro com membros da sociedade civil que o governo realiza para discutir o Plano Brasil Sem Miséria. Os anteriores debateram a formulação do plano e apresentaram os resultados do primeiro ano.

 

Do Brasil Econômico