Bancos americanos lucram em excesso

Os maiores bancos dos Estados Unidos estão às voltas com um problema que consideram insolúvel: vão ganhar dinheiro demais. O J.P. Morgan Chase deve apresentar um lucro de US$ 25 bilhões ou mais neste ano – o equivalente ao Produto Interno Bruto do Paraguai -, com um retorno de pelo menos 17% para os detentores de ações ordinárias.

Num clima político diferente, este poderia ser um momento para comemorar. Bancos como o J. P. Morgan e o Wells Fargo não apenas sobreviveram à crise como voltaram a prosperar. Em outros tempos, o dinheiro excedente seria repassado a acionistas e funcionários. Mas, no clima vigente, as comemorações precisam ficar na surdina.

Os bancos dos Estados Unidos gastaram muito tempo, energia e dinheiro fazendo advertências sobre os efeitos potencialmente prejudiciais de reforçar a regulamentação. Mas, desde a crise, os reguladores internacionais continuaram exigindo mais capital. As instituições de crédito duplicaram seus níveis de capitalização em decorrência disso, alcançando as novas metas de Basileia 3 com seis anos de antecedência em alguns casos. E onde estão os efeitos prejudiciais? Não se sabe. Os melhores bancos continuam a bater recordes de lucro.

Do Valor Econômico