Bancos baterão recorde de financiamento, diz Lula
O presidente pediu novamente que os bancos reduzam os juros e aumentem os volumes de empréstimos oferecidos a pessoas físicas e empresas
Os bancos oficiais devem continuar a bater recordes de financiamento todos os meses, disse na segunda-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele acrescentou que o governo está atento ao problema da falta de crédito e tomará as medidas necessárias.
“É preciso fazer muito mais”, disse, durante cerimônia com os oficiais generais. O presidente havia se reunido pouco antes com os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles; do Banco do Brasil, Antônio Lima Neto; da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho e do BNDES, Luciano Coutinho.
Segundo assessores, ele pediu novamente que os bancos reduzam os juros e aumentem os volumes de empréstimos oferecidos a pessoas físicas e empresas. Ele teria se queixado, por exemplo, do fato de o Banco do Brasil haver aumentado taxas do cheque especial.
O custo do financiamento é o novo foco de preocupações do governo. Lula e seus principais assessores consideram que os bancos exageraram ao aumentar a taxa de risco cobrada dos clientes.
A estratégia do governo é fazer com que os bancos oficiais liderem um movimento de corte dos juros na ponta. Lula vem sistematicamente pressionando as instituições financeiras a fazer isso.
O Banco do Brasil já promoveu uma rodada de cortes nos juros há cerca de 15 dias e a Caixa pretende fazê-lo esta semana. O Banco do Brasil informou ontem que emprestou R$ 1,6 bilhão para o setor automotivo, do total de R$ 4 bilhões anunciados no mês passado. A instituição está ainda analisando outros pedidos, mas não informou de quanto.
VEÍCULOS – Empresários do setor automotivo reclamaram recentemente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que os recursos anunciados no mês passado não estariam chegando à ponta.
O segmento automotivo foi um dos mais atingidos pelo agravamento da crise internacional, que fez secar a oferta de recursos externos e reduziu a confiança dos agentes econômicos para executar operações de longo prazo, como é o caso do financiamento de veículos.
Diante dessa situação, o governo anunciou que iria colocar à disposição dos bancos vinculados a montadores de veículos R$ 4 bilhões para o financiamento automotivo. Na mesma época, a Nossa Caixa anunciou outra linha, de R$ 4 bilhões, para o setor, que tem em São Paulo uma importante base.
Da Agência Estado