Bancos cortam 4.300 vagas em 2013 e contratam pessoal com salários menores
Segundo levantamento de confederação nacional do setor e do Dieese, corte se concentrou nas instituições de grande porte e só não foi maior por causa das contratações na Caixa
O setor financeiro fechou 4.329 postos de trabalho formais em 2013, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com elaboração do Dieese. Foram 38.563 contratações e 42.892 demissões. Além dos empregos a menos, o estudo detecta queda na remuneração, à medida que os admitidos têm salário médio menor que o dos dispensados. A diferença, para menos, é de 37,3%.
O corte de vagas se concentra justamente no segmento que concentra as principais instituições bancárias. Os chamados bancos múltiplos com carteira comercial fecharam 10.109 postos de trabalho. O resultado não foi pior porque a Caixa Econômica Federal criou 5.486 empregos.
O salário médio dos funcionários contratados foi de R$ 2.966,47. Já o ganho médio dos demitidos era de R$ 4.731,57.
“Os bancos privados seguiram abusando da rotatividade, esse mecanismo perverso usado para reduzir a massa salarial e turbinar ainda mais os lucros”, afirma o presidente da confederação, Carlos Cordeiro. Segundo a entidade, a concentração de renda, uma característica brasileira, é ainda maior no sistema financeiro. A diferença salarial entre executivos e caixas é de 119,2 vezes no Santander e de 106 vezes no Bradesco – no Itaú, a diferença entre ganho do executivo e o piso salarial foi de 119,8 vezes a favor do primeiro. A Contraf-CUT cita estudo do Dieese, com base no Censo de 2010, que aponta os 10% mais ricos com renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres.
Da Rede Brasil Atual