Bancos engordam lucros com tarifas e demissões

Em 2013, os bancos continuaram usando os mesmos métodos truculentos de sempre. Não satisfeitos em atingirem o lucro líquido de R$ 33,6 bilhões, segundo o Banco Central, as principais instituições privadas do País– Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander – botaram na rua pelo menos 10.321 companheiros durante o ano, conforme anunciou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, a Contraf- CUT.

Ao mesmo tempo em que demitiam, os bancos também repetiram o que fazem com as tarifas, que foram elevadas a nível escorchante.

“Subiram 16%, três vezes mais que a inflação e sem qualquer melhora nos serviços oferecidos”, protestou o diretor Administrativo do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba (foto).

Lucros e demissões

Quem mais faturou foi o Itaú-Unibanco, que embolsou o maior lucro da história dos bancos no Brasil, R$ 15,7 bilhões, uma alta de 15,5% ante2012. Apesar de todo este lucro, demitiu 2.883 trabalhadores.

No Bradesco não foi diferente. A instituição faturou R$ 12,2 bilhões, com crescimento de 5,9% em relação ao ano anterior, mas demitiu 2.896 bancários.

E mesmo o Santander apontado como o que menos lucrou, ao somar R$ 5,7 bilhões, foi o que mais demitiu trabalhadores, um total de 4.371.

Mudança

“Estes números mostram o absurdo que é nosso sistema bancário, pois permite a mais alta rentabilidade na economia brasileira e de todo o sistema financeiro internacional, ao mesmo tempo em que coloca pais e mães de família na rua”, denunciou Barba.

“Precisamos de uma legislação para os bancos que seja coerente aos avanços sociais que o País alcançou nos últimos dez anos, quando emprego e economia cresceram ao mesmo tempo”, finalizou.

Caixa e Banco do Brasil vão na contramão do sistema

Os bancos públicos caminham na contramão desta política e mostram que podem ter uma função social e gerar lucros.

“A Caixa, por exemplo, baixou os juros, melhorou o crédito consignado e, ainda assim, manteve seu crescimento em 2013 faturando R$ 719 milhões”, disse Barba.

“E para provar que não é necessário demitir para lucrar, a Caixa ainda apresentou o saldo positivo de 3.982 postos de trabalho nos primeiros nove meses do ano”, prosseguiu.

Lucros extraordinários

O Banco do Brasil seguiu a mesma linha e lucrou, até o terceiro trimestre do ano passado, R$ 12,7 bilhões, além de manter seu quadro de trabalhadores estável no período.

“Isso torna evidente que a política das instituições privadas é apenas proporcionar lucros extraordinários aos banqueiros”, finalizou Barba.

Da Redação