Bancos se calam e greve completa 14 dias

26 mil bancários participaram da paralisação nesta quarta-feira

De acordo com balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ontem (2) houve a paralisação de 716 locais de trabalho (sendo 703 agências bancárias e 13 centros administrativos), na base do Sindicato. Estima-se que cerca de 26 mil trabalhadores participaram das paralisações. Durante todo o período de greve, o autoatendimento continua funcionando normalmente.

“Os bancos justificam a recusa em atender às reivindicações da categoria alegando que as margens de todos os setores estão com crescimento mais lento e a geração de emprego está em queda. No entanto, o setor bancário é o que mais lucra no país e um dos únicos que vem reduzindo empregos”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Relatório do Banco Central destaca o crescimento do lucro dos bancos: foram R$ 59,7 bilhões nos últimos 12 meses, o que representa crescimento de 7% em relação ao mesmo período anterior. Além disso, os bancos privados que operam no país fecharam quase sete mil (6.987) postos de trabalho entre janeiro e agosto de 2013, de acordo com dados do Caged. Isso mostra como o setor mais lucrativo do país está na contramão da economia brasileira, que gerou 1,07 milhão de novos empregos no mesmo período.”

A pauta com as reivindicações da categoria foi entregue para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 30 de julho. Após essa data, durante um mês (quatro rodadas de negociação), foram discutidos com os bancos os temas saúde, condições de trabalho, segurança, emprego, igualdade de oportunidades e remuneração. No dia 5 de setembro, a Fenaban apresentou proposta de reajuste de 6,1%. Na mesa de negociação a proposta foi recusada e uma assembleia com a categoria no dia 12 também reprovou o reajuste e definiu a greve a partir do dia 19. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas).

Do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região