Bancos vão lucrar ainda mais com proposta de Temer para aposentadoria

(Foto: Divulgação)

O temor dos brasileiros em perder o direito à aposentado­ria fez crescer a corrida aos bancos em busca de alterna­tivas de previdência privada. Com medo de não conseguir atingir a aposentadoria inte­gral, que, caso entre em vigor a PEC 287, só será alcançada por volta do 70 anos de idade e 50 de contribuição, traba­lhadores enxergam nos planos previdenciários a única forma de manter o padrão de vida.

Um levantamento divul­gado na última semana pela Federação Nacional de Previ­dência Privada, a Fenaprevi, detalha que o número de segurados de caráter previ­denciário cresceu 26% em no­vembro em relação ao mesmo mês de 2015, acumulando R$ 11,26 bilhões.

“Os números comprovam que a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer vem para beneficiar os mais ricos, nesse caso os banquei­ros”, destacou o secretário-ge­ral dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.

No início do ano passado, antes da proposta entrar em pauta, a previsão era de estag­nação ou baixa. No primeiro trimestre, o setor registrou queda de 13% na captação de novos segurados, mes­mo assim, os investimentos bateram R$ 21,5 bilhões no período, sendo os planos individuais os que mais cres­ceram em renda.

Wagnão lembrou ainda que a Previdência Social é que deve garantir a aposen­tadoria e que a previdência privada não é uma alterna­tiva segura, já que os bancos podem quebrar e deixar os trabalhadores na mão.

“Foi o aconteceu com o Banco Santos, que quando quebrou tinha o equivalente a R$ 7 milhões em carteiras de previdência complementar e o Banco Rural que contava com quase 100 mil clientes que contabilizavam R$ 40 milhões em previdência pri­vada, isso apenas para citar dois exemplos”, frizou.

Benefício direto aos bancos

Além das aquisições in­dividuais, uma das altera­ções da PEC 287 irá benefi­ciar diretamente os bancos e fundos de previdência privados.

Trata-se de uma medida que prevê que os governos estaduais contratem planos de previdência junto a ban­cos e fundos privados para complementar a aposenta­doria de salários integrais de servidores públicos, re­tirando a necessidade de completar esses benefícios com fundos públicos, como ocorria antes.

Da Redação