Área de Convivência “Bar da Tia”, Luiza Maria de Farias
O bar da Tia sempre foi a extensão das mesas negociações da categoria. A reunião começava em uma das salas da Sede e acabava no mezanino do 3° andar aos cuidados de Dona Luiza Maria de Farias. Ela, a Tia, cuidou do espaço tempo suficiente para adquirir grande intimidade com os metalúrgicos e se tornar figura popular na base. Hoje o local é ponto de confraternização da categoria.
Tinha orgulho da amizade com o ex-presidente Lula, de quem recebeu o apelido. “Eu fiz o primeiro cafezinho para ele quando saiu da cadeia em 1980, preso por causa da greve dos metalúrgicos de 41 dias”, contava. Porém, o trabalho e militância da Tia começa antes, em 1979, quando colabora com a organização do Fundo de Greve criado nas Campanhas Salariais de 1978 e 1979.
Vinda da Paraíba com os seis filhos sobreviventes, dos 16 que teve, Luiza se casou com o metalúrgico José Lopes de Moura, o Zito. Assim começou seu envolvimento com a classe trabalhadora na cidade. A casa da família era ponto de encontro dos companheiros para debates e leitura de jornais.
E Branca, sua filha, sempre a acompanhou na luta do dia a dia. Ela assume o já restaurante em 2007, que funcionou até o início da pandemia da Covid-19, e sempre acolheu a classe trabalhadora com amor e boa comida: “Aqui nos alimentamos e discutimos política”, avisava.
Aos 13 anos, Branca fez parte do grupo de teatro Forja, fundado por Tin Urbinatti, e que marcou época. Composto por metalúrgicos e metalúrgicas, o grupo ensaiava no terceiro andar da Sede e suas peças relatavam de forma única o cotidiano, as agruras e lutas dos trabalhadores.
Tia faleceu em janeiro de 2012 e em maio de 2016 é homenageada com a inauguração do Centro de Educação Unificada, o CEU, no Jardim Silvina, em São Bernardo. A escola recebe seu nome: CEU Luiza Maria de Farias.