BC trabalha para equilibrar economia interna e não câmbio, diz Meirelles

Dólar vem sendo negociado no menor nível desde meados de outubro

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (26), em evento em São Paulo, que a autoridade monetária trabalha para o equilíbrio macroeconômico brasileiro e defendeu a flutuação cambial.

“No regime de metas de inflação (adotado pelo BC), a política monetária se volta necessariamente para as condições econômicas internas e não para o equilíbrio do balanço de pagamentos, como seria o caso no regime de metas cambiais”, afirmou, na abertura do 5º Congresso Anbid de Fundos de Investimento.

“Se o BC tivesse por missão estabilizar a taxa de câmbio, teria que ter implementado uma forte alta na taxa Selic no último trimestre de 2008 (período em que o dólar sofreu forte alta frente ao real).

O presidente do BC afirmou que a política monetária adotada, voltada ao equilíbrio doméstico, é o que vem permitindo a redução da taxa de juros, “permitindo praticar as menores taxas de juros da história recente”.

“O fato é que o juro deve trabalhar para o equilíbrio macroeconômico doméstico. E poderá coincidir ou não com taxa que equilíbrio do balanço de pagamento”, afirmou.

Preocupação
Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu que a trajetória de queda do dólar frente ao real preocupa o governo brasileiro. “É claro que essa valorização atrapalha, atrapalha o setor produtivo, os exportadores. Então é uma fonte de preocupação”, apontou. A moeda norte-americana vem sendo negociada no menor nível desde meados de outubro.

O ministro afirmou, no entanto, que o Banco Central está aproveitando esse movimento para aumentar as reservas de dólares no país. “O BC já está comprando mais, a tendência é que as reservas vão continuar subindo”, disse. Essas compras de dólar pelo Banco Central, no entanto, vêm sendo interpretadas pelo mercado como intervenções da autoridade monetária na cotação dá moeda.

Do G1