BNDES se compromete a simplificar crédito para setores de caminhões e ferramentaria
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, comemorou o resultado da reunião com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, Luciano Coutinho, mantida ontem na sede da instituição no Rio de Janeiro. “Caminhões e ferramentaria foram os principais temas que levamos novamente ao BNDES e ficamos satisfeitos com os resultados”, disse o dirigente. Logo após o encontro, Rafael afirmou que a solicitação de audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, ficou ainda mais urgente.
Rafael destacou que esteve no Rio também na condição de presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC. “O governo federal diz que precisa ter bons projetos para apoiar. E nós estamos fazendo nosso papel”, afirmou. “Esses assuntos têm que entrar na pauta do banco e do governo federal. Com o BNDES já conseguimos, agora precisamos avançar com o governo. Por isso queremos conversar com o Mercadante. Vários dos grandes temas no Brasil passam atualmente pela mesa do ministro”, afirmou Rafael. Acompanhe sua entrevista à Tribuna sobre o encontro.
Tribuna Metalúrgica– O que foi tratado no primeiro momento?
Rafael Marques – Pressionamos o presidente do BNDES para acelerar a solução sobre o programa de renovação da frota de caminhões e do programa de suporte às vendas no mercado secundário de caminhões, os seminovos. As montadoras sabem e também estão atentas a essa questão dos seminovos, pois se o setor sofrer uma queda interfere diretamente na comercialização dos veículos novos.
TM – E sobre as ferramentarias?
Rafael – Falamos sobre o financiamento de ferramentarias. Este momento é decisivo para o assunto, pois com o Inovar-Auto as montadoras começam a olhar novamente para as ferramentarias no País para fazer cotações à produção de ferramentas por aqui.
TM – Há algum problema nesta questão?
Rafael – Sim, o setor não tem crédito e o Sindicato apresentou esta dificuldade ao BNDES. Pode acontecer, de repente, de haver uma onda das montadoras procurando ferramentarias e estas não terem capacidade de absorver a demanda por causa de suas dívidas fiscais. Hoje é necessária uma instituição financeira junto ao BNDES para operacionalizar uma linha pró ferramentaria porque as ferramentarias não têm acesso ao banco. Nós cobramos muito o Luciano Coutinho sobre isso também, que é uma pauta que já levamos em discussão a ele várias vezes.
TM – E para sanar isto?
Rafael – O Sindicato, a Prefeitura de São Bernardo e as ferramentarias da região trabalham para que uma instituição financeira desenvolva um projeto que ajude as ferramentarias a pagar seus débitos fiscais e voltar a ter acesso ao BNDES. Mas esta instituição financeira só vai fazer isso se tiver o compromisso do BNDES.
TM – As expectativas são promissoras?
Rafael – Estão melhores e mais amplas do que nunca. Durante a reunião, o presidente do BNDES encaminhou os problemas que apresentamos a seus sete principais gerentes e assessores – que também estavam na reunião – e se comprometeu a apresentar resultados. Essa cobrança nós vamos fazer regularmente ao Luciano Coutinho.
TM – Quais são as perspectivas?
Rafael – Os Metalúrgicos do ABC buscam uma resposta rápida para esta luta para alavancar o setor e, assim, gerar empregos, melhorar os salários e o crescimento da participação das ferramentarias no País. Hoje, o fornecimento de ferramentas para as montadoras é muito baixo, aproximadamente de 25%. E se não resolvermos esta questão o quanto antes, vai cair ainda mais. Nós precisamos construir bases para ter um segundo trimestre muito melhor que o primeiro.
Da Redação