Boas chances de aumentos reais
Muitas categorias realizam negociações com setores industriais para renovação dos acordos e convenções coletivas de trabalho.
Pelos levantamentos do Dieese, os sindicatos têm conseguido bons resultados no que se refere à reposição das perdas da inflação.
A conjuntura favorece a recuperação salarial. As taxas anuais de inflação, em todos os índices calculados, estão caindo e apontam uma taxa acumulada em 12 meses entre 4,5% e 5%.
O importante é ressaltar que, no caso da indústria, uma oportunidade muito boa se apresenta para aumentar os salários de acordo com o crescimento da produtividade do trabalho.
Em toda a indústria brasileira, a taxa acumulada da produtividade (medida pela produção física por hora paga) cresceu 3,2%, depois de ter crescido em todo o ano passado a uma taxa de 6,1%. Isto quer dizer que ao utilizar a mesma quantidade de trabalho, as empresas conseguem mais produto, mais valor.
Apropriar-se de parte do crescimento da produtividade é uma forma dos trabalhadores não perderem participação na riqueza gerada.
Em 10 setores industriais, o desempenho da produtividade foi positivo, mas em apenas três deles o crescimento da produtividade resultou de expansão tanto da produção quanto das horas pagas. Nos outros sete, houve aumento da produtividade, mas com queda do volume de horas pagas.
Em apenas cinco setores foi verificada queda na produtividade.
As categorias que se apresentam para a negociação dos acordos devem, portanto, estar atentas e procurar demonstrar nas mesas a possibilidade concreta de aumentos reais de salário, pelo menos na mesma medida da produtividade.
Subseções Dieese CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC