Boletim aponta melhora da inflação, PIB e investimentos
A publicação semanal do Banco Central é elaborada com base em projeções de instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia do País
As projeções dos analistas do mercado financeiro para a inflação estão em queda. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano passou de 4,53% para 4,50%, segundo o boletim Focus, publicação semanal do Banco Central elaborada com base em projeções de instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia.
Com a redução, a previsão dos analistas ficou exatamente no centro da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2010 passou de 4,40% para 4,35%, abaixo do centro da meta, que também é de 4,5% no ano que vem.
O IPCA é o índice escolhido pelo governo para a meta de inflação, que tem como centro 4,5% e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A meta é válida para 2009 e para 2010.
No mercado paulista, a estimativa para o Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) subiu de 4,16% para 4,17%.
No caso da inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) a expectativa é de deflação de 0,01% neste ano. A estimativa anterior para o período era de alta de 0,30%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-M fechou o mês de julho em queda de 0,43%. Foi a quinta queda consecutiva da taxa, usada para corrigir aluguéis, financiamentos imobiliários e consórcios. Em 12 meses, o índice acumula deflação de 0,67%.
PIB – O boletim Focus apontou ainda melhora para o PIB (Produto Interno Bruto) para 2010 – de crescimento de 3,5% projetado na pesquisa anterior para 3,6% em 2010. No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2009 segue negativa, mas teve discreta melhora, passando de uma queda de 6,29% para uma baixa de 6%. Para 2010, a projeção para o desempenho da indústria se mantém de crescimento de 4,5%.
Juros e câmbio – Ainda segundo o boletim, analistas reduziram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2009 caiu de R$ 1,95 para R$ 1,90. Para o fim de 2010, a previsão caiu três centavos, de R$ 2,00 para R$ 1,97. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2009 caiu de R$ 2,07 para R$ 2,04.
O mercado financeiro também alterou as previsões para o déficit nas contas externas em 2009. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano caiu de US$ 15,1 bilhões para US$ 15 bilhões. Para 2010, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos passou de US$ 22,25 bilhões para US$ 22,05 bilhões.
A previsão de superávit comercial (exportações superiores às importações) em 2009 subiu de US$ 23 bilhões para US$ 23,1 bilhões. Para 2010, a estimativa para o saldo da balança comercial foi em direção contrária e caiu de US$ 19,7 bilhões para US$ 19 bilhões.
Os analistas também mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa de IED subiu de US$ 27 bilhões para US$ 27,1 bilhões.
Na avaliação do deputado José Guimarães (PT-CE), os resultados refletem as medidas anticrise tomadas pelo governo, como investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Enquanto a oposição pede cortes nos gastos do governo, o que significa para eles redução de salário mínimo e nas políticas sociais, o governo vai na direção contrária e aumenta os recursos PAC e dos gastos em políticas públicas e amplia o crédito ao consumidor”, afirmou.
Do Informes PT