Bolinha, exemplo de luta sindical
Com a presença do presidente Lula, foi enterrado ontem o corpo de Wilson Roberto da Silva, o Bolinha (foto), que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba.
Na década de 70, Bolinha trabalhou na Mercedes e depois na Brastemp, onde foi eleito cipeiro.
Como representante dos trabalhadores, ele participou das greves históricas contra a ditadura militar e do trabalho de organização operária.
Demitido, Bolinha mudou-se para Sorocaba em 1981 e logo despontou como uma das lideranças locais.
Dois anos depois foi eleito presidente do Sindicato de Sorocaba ao derrotar a diretoria ligada aos patrões. Bolinha ocupou o cargo até 1992. Entre 96 e 99, foi membro da diretoria executiva.
Ele foi um dos responsáveis pela reorganização dos metalúrgicos em torno do Sindicato, entidade que passou a ter grande influência na vida sindical e política de Sorocaba. Em 1985, o sindicato dos metalúrgicos da cidade foi um dos primeiros a se filiar a recém criada CUT.
“Bolinha dizia que o bom militante deve ter duas virtudes, a capacidade de indignar-se diante das injustiças e a consciência de que é preciso ser um eterno aprendiz”, disse Carlos Roberto de Gáspari, presidente da entidade de 1992 a 1998. O dirigente tinha 57 anos e há um ano lutava contra um câncer. Deixa mulher, três filhos e três netos.