Bolívia: Movimentos sociais se unem contra acordo
Representantes da oposição na Bolívia assinaram ontem um pacto para intensificar as mobilizações contra o governo do presidente Carlos Mesa. A nova coalizão de oposição promete mais bloqueios de estradas, realizados desde a semana passada. Eles exigem que empresas estrangeiras paguem mais pela exploração de gás e petróleo.
O pacto reúne o Movimento ao Socialismo (MAS), a Central Operária Boliviana (COB), entidades de trabalhadores rurais e comunidades indígenas.
A mobilização da oposição foi uma reação ao acordo entre o presidente Carlos Mesa e a maioria dos partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
Os deputados e senadores bolivianos recusaram a renúncia apresentada por Mesa e aceitaram as exigências do presidente para permanecer no cargo e criar uma agenda mínima de governabilidade.
Impasse
No centro do impasse está a Lei dos Hidrocarbonetos. O projeto está em discussão no Congresso há cinco meses, emperrado entre pressões pró-nacionalistas e pró-mercado.
A proposta do governo prevê 18% de pagamento sobre o lucro das empresas petrolíferas . A oposição exige que as empresas paguem 50% sobre o lucro.
Ainda que se chegue a um acordo sobre esse ponto, há o problema da governabilidade que estão centrados na questão da autonomia.
A direita, concentrada em Santa Cruz de la Sierra, quase decretou autonomia, em janeiro.
Agora, a extrema-esquerda, abrigada na Central Operária Boliviana, declarou a cidade de El Alto (ao lado de La Paz), “quartel-general da revolução”.