“Bolsonaro é contra a vacina porque tem medo do povo nas ruas”
Carreatas no ABC e em todo país exigiram vacina para todos e impeachment de Bolsonaro
O pontapé inicial para tirar Bolsonaro da cadeira de presidente da República foi dado no último final de semana. No sábado, os Metalúrgicos do ABC, movimentos sindicais, sociais e partidos políticos iniciaram em Diadema a carreata pelas cidades da região com mais de 200 veículos. No carro de som alertaram a população sobre os diversos motivos que justificam o impeachment e exigiram a vacinação em massa contra a Covid-19.
“O Brasil precisa e merece ter um governo que se preocupe com a vida do povo. A população não aguenta mais um presidente que envergonha a cada dia a nossa sociedade”, falou o vice-presidente do Sindicato, Claudionor Vieira.
O dirigente avaliou que o recado foi dado, que a população está motivada e lembrou àqueles que apoiam este governo, que ainda é tempo de escolher o lado certo.
“Tão urgente quanto a vacina, o povo precisa de um presidente da República. O Brasil não tem presidente. Tem um genocida, um irresponsável, um miliciano no poder que não trata com o menor respeito a vida das pessoas. Já passou da hora de o povo soltar o grito de ‘Fora, Bolsonaro!’. Não é tarde pra sair dessa canoa furada, abandonar esse barco que já está afundando e vir paras ruas”.
Claudionor lembrou que se o combate à pandemia tivesse sido levado a sério, certamente muitas vidas teriam sido salvas. “A responsabilidade é sim do presidente Bolsonaro, porque ele incentiva aglomerações, faz piadas e ignora a gravidade. O pior vírus que tem hoje no Brasil é o Bolsonaro. Ele briga o tempo todo com partidos e com países vizinhos, enquanto teria que brigar com o vírus”.
Para finalizar, destacou que o presidente tem medo de que o povo tome a vacina e, na sequência, ocupe as ruas. “Bolsonaro parece ser contra a vacina, porque se o povo estiver vacinado, vai para as ruas e ele não se sustenta. Mas, independente disso, vamos continuar encontrando outras formas de nos manifestar respeitando as questões de segurança sanitária. Bolsonaro tem medo do povo na rua, é o povo na rua que vai desgastar e derrubar este governo”.
Carreatas pelo Brasil
As manifestações pela vacina, por emprego e para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), a desengavetar os pedidos de impeachment ocorreram em cerca de 90 cidades do Brasil, incluindo 24 capitais e o Distrito Federal.
O dia de protestos começou na manhã de sábado e ganhou força com grandes carreatas em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre. Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e CUT, após o agravamento da crise sanitária e a falta de matérias-primas para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Foi um dia histórico para o movimento sindical e movimentos sociais. Em todo o país, milhares de pessoas se uniram em carreatas, mantendo distanciamento social e seguindo protocolos de segurança para expressar a insatisfação ao governo Bolsonaro.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram por volta das 14h no Parque do Ibirapuera e saíram em direção à Avenida Paulista com a participação de partidos, movimentos sociais, sindicais e estudantil.
A carreata em São Paulo saiu com destino à Praça Franklin Roosevelt, na República. Uma bandeira pedindo o impeachment de Bolsonaro foi esticada à frente do Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera. Os manifestantes, em sua maioria dentro de carros, buzinaram e exibiram cartazes pedindo o impeachment.
Manifestação nas Redes Sociais
A hashtag #CarreataForaBolsonaro chegou ao 2° lugar nos assuntos mais comentados do Twitter na tarde de sábado. As carreatas lotaram também as outras redes sociais, como Facebook e Instagram, com fotos, vídeos e declarações de apoio.