Bolsonaro perdeu um terço de seus eleitores, aponta Ipec
Entrevistas com pessoas que votaram em Bolsonaro na última eleição mostram que há um movimento de migração para votar em Lula em 2022
O presidente Jair Bolsonaro perdeu cerca de um terço de seus eleitores no segundo turno de 2018. A constatação foi feita por meio de pesquisa do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada nesta segunda-feira (28) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Os entrevistados indicam que podem migrar o voto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os entrevistados pelo Ipec que disseram ter votado em Bolsonaro em 2018, 34% afirmaram que não repetirão o voto em 2022. Já outros 44% afirmaram que “com certeza” votarão novamente, enquanto 18% não descartam escolhê-lo.
Outro dado do Ipec que chama a atenção é a migração de votos. 25% dos eleitores que votaram em Bolsonaro, em 2018, dizem que “com certeza” votarão no ex-presidente Lula. Outros 13% também colocam Lula como possível opção para as eleições de 2022. Já 59% dizem que não votariam no candidato petista.
O Ipec também questionou os entrevistados que votaram em Fernando Haddad (PT) no segundo turno de 2018 e apenas 4% dizem que votariam ou poderiam optar por Bolsonaro na próxima eleição. Já 93% deles descartam qualquer possibilidade de votar no atual presidente em 2022.
Bolsonaro em baixa
O ex-presidente Lula supera Bolsonaro em 26 pontos percentuais e estaria próximo de vencer em primeiro turno se as eleições presidenciais fossem hoje. O Ipec mostra que Lula lidera a preferência do eleitorado com 49%, enquanto Bolsonaro aparece com 23%.
De acordo com a pesquisa Ipec, além de Lula e Bolsonaro os demais nomes tidos como potenciais candidatos não ultrapassam dois dígitos. Por exemplo, Ciro Gomes (PDT), teria 7%; João Doria (PSDB), 5%; e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), com 3%.
A pesquisa Ipec traz ainda dados devastadores sobre a rejeição em alta do presidente Jair Bolsonaro. Responderam que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum 62% dos entrevistados, ante 56% que tinham essa opinião no levantamento anterior, em fevereiro. Além disso, 50% da população acha o governo ruim/péssimo (eram menos de 40% os que pensavam assim há quatro meses).