Bolsonaro volta a fazer panfletagem antigay e bate boca com parlamentares

Jair Bolsonaro (PP-RJ) tem se atualizado em sua saga contra os homossexuais. Tanto que aproveitou, na quinta-feira 12, uma sessão da Comissão de Direitos Humanos do Senado, que discutia a votação do projeto de lei que criminaliza a homofobia, para continuar a panfletagem de material antigay que tem distribuído nas escolas do Rio com o intuito declarado de neutralizar o kit anti-homofobia e “proteger” meninos e meninas de “fundamentalistas homossexuais”. Mas não foi do lado de dentro que ele conseguiu mais atenção. Foi nos corredores do Senado que alimentou um novo bate-boca, só que menos ideológico.

Enquanto a senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, concedia entrevistas aos jornalistas, após ter retirado o tema da pauta para ampliar as discussões justamente com os grupos opositores encabeçados pelo deputado, Bolsonaro exibiu o panfleto antigay para as câmeras. A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) se irritou e tentou expulsar Bolsonaro e sua trupe conservadora dali. Chegou a dar um tapa no panfleto que o senador segurava, exigindo “respeito” e dizendo que Bolsonaro era um “criminoso”.

Irônico, ele a acusou de “intolerância” e sugeriu que ela o denunciasse. “Isso é homofobia com dinheiro público”, disse a senadora, que afirmou que vai tomar as medidas cabíveis.

Esse é apenas mais um capítulo da polêmica saga de Bolsonaro contra gays. O senador já foi acusado até de quebra de decoro parlamentar, ao fazer afirmações de cunho racista e homofóbico em entrevista a um programa de tevê, em março. E foi inclusive comparado a Hitler em manifestação na Câmara.

Ontem, o deputado federal Jean Wyllys disse a Carta Capital que as afirmações do senador são baseadas em má fé e incitam a violência – Bolsonaro tem dito que o governo, através do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais e principalmente do MEC, que distribui cartilhas anti-homofobia, está incentivando o homossexualismo entre os jovens.

Ele também foi criticado por usar verba parlamentar para pagar a impressão de 50 mil cópias de seu panfleto anti-gay, distribuído em escolas cariocas. “Um deputado não pode usar verba pública para ação que fere os princípios constitucionais e o próprio código penal”, afirma Wyllys.

Da Carta Capital