Bom crescimento, apesar da crise
O IBGE anunciou ontem que o Brasil fechou 2008 com uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,1%. Em valores ele totalizou R$ 2,9 trilhões. Por pessoa, atingiu a soma de R$15.240,00. É o terceiro melhor número do governo Lula e perde apenas para 2007 e 2004.
O PIB representa o total de bens e serviços produzidos em um ano no País. É o indicador mais usado para medir o tamanho da economia doméstica e seu percentual traduz quanto cresceu a economia nacional.
Setores
Os dados divulgados ontem merecem comemoração.
Em 2008, a agropecuária aumentou 5,8% e foi a atividade com maior crescimento.
A indústria teve alta de 4,3%, enquanto o consumo das famílias cresceu pelo quinto ano e registrou alta de 5,4%.
Juros
Os números do PIB seriam muito melhores se não fosse a crise econômica mundial.
Devido a ela, a economia brasileira registrou forte queda no quarto trimestre do ano passado, caindo 3,6% em relação ao terceiro trimestre.
Queda serve de alerta para juros
A queda do PIB no quarto trimestre aumenta muito a importância da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que define a taxa básica de juros da economia (Selic).
Atualmente em 12,75%, o novo percentual será anunciado hoje. Os comentários são de que o corte ficará entre 1 e 1,5 ponto, para tentar frear a desaceleração da economia.
Na opinião do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, essa redução ainda seria pequena.
O corte ideal devia ser de 5,75%. Assim, a redução economizaria R$ 30 bilhões para serem investidos em gastos do governo e programas sociais.
O Ipea considera que esta é a forma mais eficaz do Brasil enfrentar as dificuldades atuais.
Como o PIB é calculado
Faça de conta que o IBGE calcula a riqueza gerada por um sapateiro que cobra R$ 30,00 por um par de botas.
Para fazê-las, ele usou couro comprado da indústria, que custou R$ 20,00. Como a bota é vendida por R$ 30,00, a participação do sapateiro no PIB foi de R$ 10,00, riqueza gerada por ele ao transformar couro em botina.
Essa mesma conta o IBGE faz com toda a cadeia produtiva.
Ou seja, exclui da produção total de cada setor as matérias-primas adquiridas de outros setores. Depois, soma a riqueza gerada em cada setor, chegando a parte de cada um no PIB.