Brasil amplia oferta de centros de referência em assistência social
Censo do setor mostra aumento de até 76% na oferta de serviço social; levantamento respalda programa Brasil sem Miséria
O número de Centros de Referência de Assistência Social (Cras) aumentou de 4.195 unidades em 2007 para 6.801 em 2010, alcançando 4.720 municípios. Há quatro anos, eram 3.159 as localidades. Cras são espaços que articulam programas de assistência social, prevenindo situações de vulnerabilidade e risco .
O dado integra o Censo do Sistema Único de Assistência Social (Suas), apresentado nesta quinta-feira (21), em Brasília. O levantamento revela que em mais de 90% das unidades há atividades relacionadas ao Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), que inclui o acompanhamento familiar e a oferta de oficinas. Em agosto de 2010, cerca de 277 mil famílias passaram a ser acompanhadas pelo Paif, totalizando 2 milhões, das quais 50% são beneficiadas pelo Bolsa Família.
Pela primeira vez, foram apuradas as características da gestão do sistema em âmbito estadual e municipal e mapeados os conselhos de assistência social e as entidades conveniadas. Dos 27 estados, 11 possuem secretarias exclusivas de assistência social. Nos outros 16, essas pastas funcionam em conjunto ou subordinadas a outras políticas setoriais. O censo respalda as ações do programa Brasil Sem Miséria, principal compromisso de campanha de Dilma Rousseff.
Em sua apresentação, a secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Denise Colin, afirmou que pelo menos 2 milhões de brasileiros ainda não são atendidos pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas). “São pessoas que necessitam de um acompanhamento mais sistemático”, disse. O país tem 16 milhões de pessoas em condição de pobreza extrema, que sobrevivem com renda inferior a R$ 70.
O próximo passo, segundo ela, é garantir a cobertura de atendimento. Para isso, é necessário um número de unidades proporcional à demanda. “Na região Norte, por exemplo, estamos adquirindo embarcações para que essas unidades sejam volantes e possam chegar à população ribeirinha. Outro passo é a qualificação dos serviços, aprimorando o corpo técnico”, explicou a secretária.
No entendimento de Denise, a unidade no Sistema ainda é um fator que carece de atenção. “Faltam atenção e empenho dos gestores. Alguns ainda pensam que fazer assistência social é dar um prato de sopa e promover campanha do agasalho”, observou.
Da Agência Brasil