Brasil atrai novas marcas de motos e investimentos

 

Um quarto de toda a frota nacional de veículos é composta por motocicletas. Ao todo, são 70 milhões de motos distribuídas pelas cidades brasileiras, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Há 10 anos, os motores sobre duas rodas representavam pouco mais de 15% do total de veículos nas cidades brasileiras.

O crescimento do mercado tem atraído a atenção de grandes marcas, como a inglesa Triumph e a Husqvarna, subsidiária da BMW para produção de motos esportivas, que recentemente anunciaram movimentos em direção ao mercado nacional.

No caso da Triumph, que começa a vender seus produtos no país no próximo dia 10, a entrada no Brasil foi pensada com cuidado. “Planejamos nossa entrada no mercado brasileiro durante dois anos”, diz Paul Stroud, diretor mundial de Marketing e Vendas da empresa.

Os planos começaram a sair do papel no final de 2011, quando a empresa contratou o executivo Marcelo Silva para dar cara à operação local. “O mercado brasileiro de motos acima de 500 cilindradas, que é o nosso foco, ainda é muito menor do que o de outros países.

Com a melhora da situação econômica das pessoas e o aumento de opções desse tipo de produto no país, acreditamos que o mercado ainda tem muito a crescer por aqui”, afirma Silva, que ocupa o cargo de gerente geral da Triumph no Brasil.

Em 2012, estima-se que as vendas de motos acima de 500 cilindradas representem cerca de 3% do mercado total de motocicletas no Brasil.

A empresa confia tanto no potencial brasileiro que prevê que, em no máximo três anos, a operação local será a quinta mais importante do mundo. Para alcançar esse objetivo, investiu cerca de R$ 19 milhões ao longo deste ano no país.

O destino do dinheiro foi a construção de uma fábrica em Manaus, onde até o meio do ano que vem, serão produzidos cinco modelos diferentes da marca.

“Num primeiro momento, venderemos três motos fabricadas em Manaus e três importadas. Com o tempo vamos ampliando os dois portfólios”, diz Silva. Até o meio do ano que vem, dois novos modelos devem sair da fábrica de Manaus.

A Triumph prevê vender 2 mil unidades no primeiro ano de operação no Brasil. A empresa afirma ter uma lista de mais de 500 clientes interessados na compra das motos da marca, o que deve causar até mesmo uma fila de espera nos primeiros meses de venda no país.

“No segundo ano, já espero ter cerca de 6% de market share do segmento, o que com os números de hoje dá 3 mil unidades”, afirma o gerente da operação brasileira.

Para atingir as metas de venda, a empresa deve ter uma rede de 8 concessionárias no país em 2013. Para 2014, a ideia é que este número suba para 12 unidades de venda.

“A nossa rede de revendas, composta sobretudo por unidades próprias, é um do segredo para continuarmos crescendo, mesmo com o mercado mundial de motos em queda”, diz Stroud.

Retorno
Os investimentos no mercado brasileiro representam um retorno da Triumph ao país. Entre 2006 e 2010, as motos da britânica eram vendidas em parceria com o Grupo Izzo.

“Durante todo o contrato, eles venderam cerca de 1,5 mil motos nossas”, diz Silva. Desde o fim do acordo entre as duas empresas a marca estava ausente do mercado nacional.

“O contrato foi encerrado de forma amigável, porque era uma decisão que interessava às duas partes”, afirma Stroud.

Por conta do tempo em que ficou afastada do país, a Triumph acredita que terá que fazer um trabalho de reconstrução da marca no Brasil. “Temos que fazer o nome se tornar conhecido por aqui”, diz Silva.

 

Do Brasil Econômico