Brasil barra autopeças argentinas

O objetivo é elevar a pressão até a chegada da presidente Cristina Kirchner, na próxima quarta-feira, dia 18 de novembro, para que a Argentina retire os entraves contra os produtos brasileiros

O Brasil elevou o tom do conflito com a Argentina e começou a retaliar no setor automotivo. O governo brasileiro está exigindo licenças de importação para algumas autopeças argentinas, o que, na prática, significa barrar a entrada. O setor automotivo é muito sensível, porque representa quase 40% do comércio entre os dois países. A lista de autopeças sujeitas a licenças no Brasil inclui caixas de marcha, partes de aparelhos de ar condicionado, filtros de óleo de motores, baterias e partes de dispositivos elétricos de ignição. Segundo uma fonte do setor privado, os produtos foram “escolhidos a dedo” para que as fabricantes de autopeças na Argentina reclamem com o governo local.

O Brasil está aumentando a lista de produtos vindos da Argentina sujeitos a barreiras, o que provoca uma fila de caminhões na fronteira. As licenças começaram a ser aplicadas pelo País em meados de outubro para 15 produtos, como farinha de trigo, vinho e frutas. Na semana passada, quando foram incluídas as autopeças, a lista chegava a 35 itens. O objetivo é elevar a pressão até a chegada da presidente Cristina Kirchner, na próxima quarta-feira, dia 18 de novembro, para que a Argentina retire os entraves contra os produtos brasileiros. Ela vai se reunir com o colega Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.

As barreiras adotadas pelo Brasil são uma retaliação contra as licenças de importação aplicadas pela Argentina após a crise global, que já atingem 767 itens, o que significa 17,3% das exportações brasileiras para o país, conforme cálculo da consultoria Abeceb.com. A burocracia argentina prejudica a exportação brasileira de diversos setores, como calçados, têxteis, linha branca e autopeças. A principal reclamação do setor privado é que as restrições provocam desvio de comércio a favor da China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Da Agencia Estado