Brasil considera tardia reformulação do FMI em 2011
O novo prazo representa um adiantamento em relação ao normalmente estabelecido de cinco anos, já que a última alteração foi feita em 2008
O Brasil não está plenamente satisfeito com a posição adotada pelo G-20 sobre a reformulação do Fundo Monetário Internacional (FMI). O comunicado divulgado pelo grupo nesta terça-feira (17) coloca que uma revisão de cotas deve ser feita até janeiro de 2011. O novo prazo representa um adiantamento em relação ao normalmente estabelecido de cinco anos, já que a última alteração foi feita em 2008.
No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles acreditam que a reformulação precisa ser feita antes disso. “Em dois anos, ou a crise já passou ou estaremos todos mortos”, disse Mantega, em coletiva conjunta com Meirelles após o final do encontro, nos arredores de Londres. “O prazo não é compatível com a velocidade da crise”, completou o presidente do BC.
A posição dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) é de não realizar aportes adicionais de recursos no FMI enquanto os emergentes não ganharem mais voz na instituição.
Mantega acredita que o fundo precisa sim de mais capital para ajudar os países com necessidades na crise. Mas ele avalia que isso precisa ser realizado por outro mecanismo, como uma aplicação de nações que possuem recursos disponíveis, como o Japão está propondo fazer. “Se houver reforma das cotas, aí sim podemos colocar”, disse o ministro. Para ele, o FMI precisa de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão – hoje, possui US$ 250 bilhões.
Conforme as autoridades, o encontro deste final de semana concluiu que cada país deve combater a crise da maneira que for mais apropriada – apesar de todo o discurso ter sido focado na ação conjunta. Alguns, como os europeus, já injetaram recursos na economia e agora aguardam os resultados. Todos estão cientes da necessidade de agir diante da situação que já era grave e se deteriorou nos últimos meses.
Da Agência Estado