Brasil: desenvolvimento e exclusão social

Embora o País tenha melhorado seu desempenho na área econômica no último ano, aumentando o índice de crescimento e a oferta de emprego, e tenha feito esforços significativos para racionalizar e dar mais eficácia às políticas sociais, a exclusão social ainda persiste como um indicador preocupante em relação à natureza do nosso desenvolvimento.

O Brasil é um país marcado pelas desigualdades. Ocupa o quarto pior lugar na distribuição de renda do mundo, atrás de Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia, de acordo com o Atlas da Exclusão Social, publicado pela ONU em 2004. Aqui, 10% da população concentra 75% de toda a riqueza, sendo que a renda dos 10% mais ricos corresponde a 45% do PIB.

A exclusão social aumentou 11% entre 1980 e 2000. Nessas duas décadas, o número de excluídos passou de 51 milhões (42% da população de 120 milhões de habitantes) para 80 milhões (47% da população de 170 milhões de habitantes).

Embora no mesmo período a educação tenha apresentado melhora, o aumento do desemprego e da violência são os principais fatores para o crescimento da exclusão social.

O Atlas da Exclusão Social no Brasil ainda revela um abismo que persiste entre o Norte e o Sul. Mais de 25% dos brasileiros vivem em condições precárias, sem renda, emprego e acesso à educação. Os municípios com maior exclusão social estão no Norte e no Nordeste (86%).

Há no Nordeste uma forte concentração de indicadores frágeis. A região, que conta com 28% da população brasileira e 33% do total de municípios, abriga 1.652 do total de cidades com maior exclusão.

Departamento de Formação