Brasil é a bola da vez em investimentos externos, diz ministro Mantega
Segundo ele, é natural esta condição dada ao País, no sentido de atrair capital estrangeiro, depois de ter mostrado ao mundo que tem uma economia sólida
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na terça-feira (8), ao comentar o interesse de investidores externos no Brasil, que, além de ter sido hábil o suficiente para neutralizar os efeitos da crise financeira internacional, o país caminha para “um novo ciclo de crescimento”. Segundo ele, é natural que o País seja agora a “bola da vez”, no sentido de atrair capital estrangeiro depois de ter mostrado ao mundo que tem uma economia sólida.
Mantega enfatizou o salto das movimentações do mercado financeiro na área de derivativos da Bolsa de Valores, Mercadorias e de Futuros (BM&F/Bovespa), que, em 2001 (antes da união das duas bolsas, ocorrida no ano passado), eram de pouco mais de US$ 60 milhões e passaram para cerca de US$ 600 bilhões em 2008.
Apesar do sucesso lá fora, o ministro reiterou que o governo está atento para evitar o ingresso de capital especulativo. Mantega lembrou a recente medida de taxação desse tipo de recurso com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Os investimentos de longo prazo são bem-vindos e posso garantir ao Paul Krugman que não haverá uma bolha porque estamos nos prevenindo para que ela não aconteça”, disse ele, referindo-se ao alerta dado na semana passada pelo economista e professor norte-americano, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2008.
Hoje, oPaís reúne condições para levar adiante grandes empreendimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ressaltou Mantega, ao participar da abertura do seminário O Brasil nos Trilhos, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo ele, naquela época, seria uma irresponsabilidade pensar em uma obra como a que motivou o seminário: a implantação do trem de alta velocidade, o trem-bala, que ligará Campinas, no interior paulista, ao Rio de Janeiro.
A situação atual é diferente, porque há mais dinamismo na economia, o que torna imprescindível o trem-bala, destacou o ministro, lamentando que a obra ainda esteja na fase de avaliação do edital de concorrência.
“Levei uma hora para chegar da Marginal Pinheiros [via da zona oeste da capital paulista] até aqui [Guarulhos]. Se já tivéssemos o trem, gastaria cerca de dez minutos”, afirmou Mantega. Ele disse que, na última sexta-feira, 4, viajando no trem-bala, percorreu em uma hora e meia os 400 quilômetros que separam as cidades de Berlim e Hamburgo, na Alemanha.
Da Agência Brasil