Brasil e África do Sul vão investir em motores a combustão

Diretora do grupo Volkswagen na África do Sul afirmou que a ideia é fornecer veículos para mercados emergentes à espera dos elétricos

A transição dos automóveis movidos por motores a combustão para modelo elétrico vai demorar mais nos países em desenvolvimento do que nos mercados maduros. Isso não é novidade, mas uma pergunta que muita gente está evitando responder é: quem vai fornecer os veículos para os mercados emergentes, enquanto a mudança não ocorre? Afinal, a impressão é de que as grandes montadoras vão simplesmente “virar a chave” e passar a produzir elétricos, sem promover um período de mudança.

O ex-presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, já havia declarado que considera os modelos híbridos flex a melhor alternativa para promover a transição dos veículos com motores convencionais para os 100% elétricos nos países em desenvolvimento, uma vez que a realidade nesses mercados é totalmente distinta dos chamados países desenvolvidos.

Agora foi a vez de Martina Biene, diretora do grupo Volkswagen na África do Sul afirmar que a subsidiária no continente africano deve unir esforços com as filiais da empresa no Brasil e na Índia para fornecer veículos aos mercados da América Latina, da África e da Ásia, os quais devem demorar mais a promover a transição para os veículos com emissão zero. A declaração foi dada em entrevista para a agência de notícias Reuters.

Aproximadamente três quartos do total de automóveis produzidos pela indústria automotiva sul-africana destinam-se às exportações, principalmente para países europeus. Mas, com o anúncio do governo britânico de proibir a venda de veículos com motores convencionais até 2030, seguido pela União Europeia, que anunciou medida similar até 2035, o governo sul-africano já alertou as empresas locais sobre o risco que essas medidas representam para o setor.

Do Terra