Brasil e ciência, mais um golaço

Imagine-se com 48 anos, publicitário e morando no Rio de Janeiro. Começam a aparecer tumores, daí as dores, exames, quimioterapia. Aos 56 anos, um câncer de células do sangue grave aparece e você vai pra fila do transplante de medula.

Até 2022 você só teria tratamento paliativo. Mas naquele ano ficou disponível no Brasil um tratamento novo, extremamente promissor: imunoterapia CAR T.

As células CAR T são produzidas em laboratório e derivadas das células do nosso sistema de defesa, as células T. Normalmente elas nos protegem contra infecções e tumores, mas podem perder a capacidade de “enxergar” as células do câncer. Assim, o processo de produção das células CAR T nada mais é do que modificar as células T para que elas possam readquirir a capacidade de “enxergar” células específicas do câncer e destruí-las, tais como as células das leucemias e dos linfomas.

Após a coleta das células T do paciente, elas são modificadas em laboratório para dar origem às células CAR T. Após o processo, são multiplicadas até uma dose adequada ao peso do paciente. Ao final, as células CAR T são infundidas de volta no paciente, promovendo a destruição de células específicas do câncer.

E foi isso que aconteceu com o pernambucano Paulo Peregrino, que conseguiu a remissão total do linfoma com uma terapia feita no Hemocentro da USP Ribeirão Preto, com verbas do CNPq e da Fapesp, a um custo de 10% dos produzidos nos EUA, sendo todo o tratamento feito pelo SUS.

Esta terapia está disponível atualmente nos EUA, China, Austrália, Singapura, Reino Unido, alguns países da Europa e Brasil. De novo, a ciência põe o Brasil em destaque no mundo da tecnologia, do progresso, da saúde, da vida.

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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente