Brasil é classificado pela CSI como um dos 10 piores países para os trabalhadores
Relatório da Confederação Sindical Internacional analisou 145 países. Os indicadores apontam em quais os trabalhadores estão menos protegidos tanto no que diz respeito à legislação quanto à prática sindical
Pela primeira vez, o Brasil está na lista dos dez piores países do mundo para os trabalhadores, de acordo com o Índice Global de Direitos da CSI (Confederação Sindical Internacional), divulgado na última quarta-feira,19, durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT, em Genebra, na Suíça.
O Índice Global de Direitos 2019 classificou 145 países de acordo com 97 indicadores reconhecidos internacionalmente. Esses indicadores apontam em quais países os trabalhadores estão menos protegidos tanto no que diz respeito à legislação quanto à prática sindical.
Segundo o índice, Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Cazaquistão, Turquia e Zimbábue são os dez piores países do mundo para os trabalhadores.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, que participou da Conferência, afirmou que a reforma Trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer contribuiu para que o Brasil alcançasse esse “lamentável resultado”.
E as expectativas com o atual governo de Jair Bolsonaro (PSL), segundo Vagner, é que a situação se agrave ainda mais. “No Brasil, além de não haver mais legislação trabalhista, não há democracia”, denunciou.
“Há perseguição às liberdades individuais e ao direito coletivo. E, acima de tudo, há o desrespeito muito grande aos tratados e convenções internacionais, não apenas no que diz respeito aos direitos trabalhistas, mas também aos direitos humanos”, disse Vagner, citando as ameaças do governo brasileiro de sair da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
“A única saída que o governo brasileiro propõe é mais violência. O governo propõe armar a população e ignora que o Brasil está entre os dez países onde foram constatados assassinatos de sindicalistas, como aponta o relatório da CSI”.
Fortalecer o sindicalismo
O relatório apontou que 85% dos países ainda atacam o direito de greve e 80% não respeitam a negociação coletiva.
“Temos de trabalhar pelo fortalecimento da negociação coletiva e para que tenhamos cada vez mais sindicatos fortes e representativos, com capacidade política de representação sindical, com atuação efetiva para mudar a vida dos trabalhadores e o que precisa ser alterado no modelo político e econômico”, defendeu o presidente da Central.
O levantamento também destaca que as prisões e perseguições têm tomado grandes proporções na Índia, Turquia e no Vietnã. Entre os 145 países analisados, os trabalhadores foram vítimas de violência em 52 países. Em alguns deles, como o Brasil, foram registradas mortes de sindicalistas.
Com informações da CUT