Brasil é destaque entre os países que reduziram desemprego entre 2003 e 2007
O País saiu de uma taxa de desemprego de 12,3%, em 2003, para 9,3%, em 2007, revelando uma queda de 3,3 pontos percentuais. "E o mais interessante é que em 2008 esse movimento continuou, quando tinha sido revertido em boa parte dos países"
Dados comparativos do mercado de trabalho brasileiro com o de outros países, no período de 2003 a 2007, mostram que o Brasil tem posição de destaque na política de redução da taxa de desemprego, beneficiando-se do movimento de crescimento da economia mundial, ao contrário do que ocorreu em outras nações. A conclusão é do estudo do economista Antonio Marcos Hoelz Ambrozio, da Área de Pesquisas Econômicas (APE) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (18) selecionou os países que não tiveram mudança de metodologia ao longo do tempo, permitindo a medição do ganho ou da perda de dinamismo no mercado de trabalho. “O que a gente vê é que entre os países que a gente está considerando aqui [na pesquisa], o Brasil tem um dos melhores desempenhos”.
O País saiu de uma taxa de desemprego de 12,3%, em 2003, para 9,3%, em 2007, revelando uma queda de 3,3 pontos percentuais. “E o mais interessante é que em 2008 esse movimento continuou, quando tinha sido revertido em boa parte dos países”, disse. De 2007 até o terceiro trimestre de 2008, a queda na taxa de desemprego alcançou 1,2 ponto percentual. Na média dos 20 países analisados, a redução do desemprego foi de 1,9 ponto percentual entre 2003 e 2007.
O estudo já evidencia efeitos da crise internacional. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, os dados do mercado de trabalho começam a se deteriorar desde o segundo semestre de 2007. A taxa de desemprego norte-americana era de 4,6% em 2007 e em 2008, até setembro, já havia subido para 5,5%. “O desemprego americano começa a subir muito em 2007 e, principalmente a partir de 2008 em diante, enquanto no Brasil continuou caindo”, afirmou o economista. Os dados recentes, referentes a 2009, não foram incluídos no estudo.
Ambrozio ressaltou ainda que, em países como a China e Hungria, que tiveram taxas expressivas de crescimento econômico no período pesquisado, o efeito sobre o mercado de trabalho não foi bom. “Uma coisa que poderia explicar isso é que um país, quando sofre uma transformação estrutural, ou seja, uma abertura comercial, ele tende a ter uma desaceleração no emprego no momento do choque”, disse.
Para o economista, essa transformação, no Brasil, se verificou nos anos 90, enquanto na China e na Hungria esse processo de ajuste tecnológico e de abertura comercial ainda estaria em curso. Segundo Ambrozio, o ajuste promovido no Brasil abriu espaço para se ter um aumento conjunto do nível de emprego e de crescimento econômico.
Da Agência Brasil